Mercado
Campanha sobre câncer intestinal: Leia o que diz a médica Paula Sampaio
O câncer intestinal (compreende cólon e reto) é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 serão contabilizados 40.990 novos casos (20.520 em homens e 20.470 em mulheres), um aumento de mais de 12% em relação ao índice anterior.
Em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens. “A campanha vem para lembrar as pessoas de que os exames preventivos e consultas médicas não podem ser postergados. O diagnóstico precoce é sempre fundamental, aumenta muito as chances de o tratamento ser bem sucedido”, destaca a oncologista clínica Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico.
Evitável – O câncer colorretal é um dos tipos de câncer considerados evitáveis. A incidência está ligada ao estilo de vida e hábitos alimentares. Ter mais de 50 anos, ser sedentário, obeso e ter má alimentação são características comuns de quem está no grupo de risco para desenvolver câncer colorretal.
Entre os hábitos que podem influenciar no surgimento da doença estão dieta rica em carne vermelha e alimentos processados, tabagismo e consumo excessivo de álcool. “Esses fatores facilitam o surgimento de pólipos, que são alterações causadas pelo crescimento anormal da mucosa do intestino grosso. Inicialmente, são pequenos e benignos, mas podem crescer e se transformar em malignos. Cerca de 90% dos casos de câncer colorretal têm origem a partir de um pólipo”, explica a médica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), são encontrados pólipos em cerca de 20% das colonoscopias. Por isso é tão importante realizar o exame, pois ele pode evitar a evolução destas lesões para a doença.
Os pólipos podem ser identificados e removidos por meio do exame de imagem de colonoscopia. A recomendação da SBCP é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade que tinha aquele familiar quanto foi diagnosticado.
O exame de sangue oculto nas fezes é outra opção mais acessível à população e que pode detectar a presença de sangue não visível a olho nu. Caso seja encontrado sangue na amostra de fezes, o especialista pode recomendar a realização da colonoscopia.
Histórico de diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto também.
Prevenção
Para prevenir o câncer colorretal alguns hábitos são importantes:
– Ter uma alimentação rica em verduras, frutas, legumes e cereais integrais;
– Evitar o consumo em excesso de carne vermelha e alimentos processados e embutidos, como salsicha, linguiça, salame, presunto, etc.
– Praticar exercícios físicos regularmente;
– Manter o peso sob controle;
– Não fumar;
– Não consumir bebidas alcoólicas em excesso;
– Beber cerca de 2 litros de água por dia.
Sintomas
Sangue nas fezes é o principal sinal de alerta para o câncer colorretal, mas outros sintomas podem ocorrer, como alterações dos hábitos intestinais (diarreia ou prisão de ventre persistente), cólica, dor na região anal, fraqueza, anemia e emagrecimento.