Cultura

Pesquisadoras da Amazônia e o papel na produção científica sobre a região

Em Belém, pesquisadoras do Instituto Tecnológico Vale se dedicam na busca soluções para os desafios ambientais da região

De acordo com dados do relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”, fruto de estudo conjunto realizado entre a Elsevier Pesquisa e a Agência Bori, o Brasil é o terceiro país com maior participação feminina na ciência – atrás apenas da Argentina e de Portugal -, tendo 52% de mulheres à frente das pesquisas. Um outro dado reforça esse cenário: nos últimos 20 anos, o percentual de mulheres entre autores de publicações científicas no país passou de 38%, em 2002, para 49%, em 2022.

O Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) acompanha esta tendência. Com sede em Belém, é no ITV-DS, centro multidisciplinar que se propõe a ser referência em pesquisa no Norte do país e um dos contribuintes do desenvolvimento regional a partir da ciência feita localmente, que pesquisadoras têm voz, vez e propriedade para falar sobre a Amazônia. São cientistas que se dedicam todos os dias a auxiliar na conservação ambiental, por exemplo, por meio da investigação genética das espécies ameaçadas de extinção, do mapeamento das áreas voltadas ao reflorestamento e dos estudos meteorológicos que auxiliam no combate às mudanças climáticas.

No Instituto Tecnológico Vale, a diversidade na ciência é colocada em prática: as mulheres são 38% do corpo científico e esse número só avança ao longo dos anos. Dentre os pesquisadores e bolsistas, ao todo são 40 mulheres paraenses que pensam, estudam e buscam o melhor para a Amazônia.

Pesquisadora Sâmia Nunes
Foto: Divulgação

Uma delas é a pesquisadora paraense Sâmia Nunes. Engenheira Florestal, ela atua no ITV-DS há seis anos e optou pela formação na engenharia ao identificar que esta seria uma das profissões do futuro, principalmente na Amazônia, onde os desafios ligados à sustentabilidade são cada vez mais presentes. Atualmente, Sâmia trabalha com pesquisas que geram e compartilham dados que auxiliam nas tomadas de decisão sobre a implementação da restauração florestal. A partir da análise desses dados, a pesquisadora consegue identificar as principais oportunidades e desafios para ampliar a restauração na região.

“Atuar no desenvolvimento de pesquisas que contribuam e tragam soluções para a recomposição de florestas na Amazônia é o que me satisfaz profissionalmente. Acredito ainda que ajudar as pessoas a entenderem que é possível ter desenvolvimento tendo a vegetação como aliada, é a maior beleza da profissão que escolhi para trilhar”, afirma.

Pesquisadora Renata Tedeschi – ITV
Foto: Divulgação

Mas há quem também tenha escolhido a região amazônica para colocar seus aprendizados a serviço de quem vive aqui. É o caso da pesquisadora Renata Tedeschi, curitibana que atua no Instituto Tecnológico Vale desde 2019 e é coordenadora do projeto que realiza pesquisas na área de previsão mensal de precipitação com auxílio de machine learning, ou seja, com aplicação de Inteligência Artificial que permite às máquinas extraírem conhecimento dos dados estudados e aprenderem com eles de maneira autônoma.

Física de formação e pós-doutora em Clima pela Universidade de Exeter, da Inglaterra, a pesquisadora tem como objetivo profissional continuar evoluindo na carreira para contribuir ainda mais com a região e com o planeta. “Quero me aprimorar cada vez mais em gestão de pessoas e sonho em aprender Ciência de Dados para aplicar esses métodos na melhoria contínua das previsões realizadas. Tenho o desejo de um dia poder estar entre os revisores dos relatórios do IPCC [Intergovernmental Panel on Climate Change – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas]”, explica.

A mineira Sibelle Vilaça também escolheu a Amazônia como objeto de estudo. Com doutorado em Biologia Evolutiva e Ambiental pela Universidade de Ferrara, na Itália, e pós-doutorado em países como Alemanha e Canadá, ela atua no Instituto no projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), realizado em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O projeto tem como objetivo a identificação da diversidade genética de espécies brasileiras, o que resultará em uma maior compreensão dos processos de extinção e da saúde genética das populações atuais.

A parceria técnico-científica desenvolvida entre o ITV-DS e o ICMBio será responsável pelo maior sequenciamento genético da fauna e flora brasileiras já realizado, o qual terá papel essencial para o entendimento também da região amazônica. Sibelle, que se identificou ainda no ensino médio com os temas relacionados à biologia e à genética, atua com análise de dados genômicos de populações de espécies ameaçadas de extinção. Seu trabalho busca delinear estratégias de conservação ambiental a partir dos dados estudados. “Ser pesquisadora, para mim, é um privilégio. Ter a possibilidade de abrir portas para outros cientistas ao ajudar a alavancar o uso das ferramentas genômicas para o conhecimento da nossa biodiversidade é um objetivo a ser conquistado”, diz a pesquisadora.

A atuação da Vale e do ITV se baseia em três campos de ação: pesquisa, educação e empreendedorismo. Assim, as iniciativas do Instituto buscam, de forma interdisciplinar e colaborativa, produzir conhecimento para o desenvolvimento da floresta amazônica e demais biomas brasileiros, considerando aspectos econômicos, sociais e ambientais.

“Nosso objetivo é buscar as infinitas soluções baseadas na natureza, promovendo cada vez mais impacto positivo para as pessoas que vivem da floresta e na floresta. Nós entendemos que a bioeconomia e a biotecnologia são muito importantes do ponto de vista socioambiental, porque podem gerar uma economia mais justa e equitativa, alcançando ganhos relevantes para a biodiversidade. Valorizar o conhecimento, os saberes e conectar a potência da Amazônia com os mercados reconhecendo os seus ativos é fundamental”, ressalta Patrícia Daros, diretora de Soluções Baseadas na Natureza, da Vale.

Inaugurado há 14 anos, o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável, instituição sem fins lucrativos mantida pela Vale, atua como centro de pesquisa multidisciplinar com foco na geração de conhecimento e valor para a Vale e a Amazônia. O ITV-DS busca contribuir com o Pará e o Brasil no desenvolvimento de soluções tecnológicas e científicas para os desafios da cadeia da mineração e da sustentabilidade para as futuras gerações.

Sua atuação é focada em uma postura ativa e inovadora em pesquisa e educação, abrangendo diversas áreas estratégicas. Biodiversidade, serviços ambientais, recursos hídricos, socioeconomia, genômica ambiental, reflorestamento com espécies nativas, recuperação de áreas degradadas, ocupação e uso da terra, mudanças climáticas são apenas alguns dos campos em que o ITV-DS direciona seus esforços.

Hoje, o ITV-DS conta 41 pesquisadores e 139 bolsistas. Atuando desde 2009, o Instituto Tecnológico Vale já investiu R$ 894 milhões em pesquisa, que resultaram no apoio a 225 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e na publicação de 1.800 documentos científicos.

Ao aliar excelência científica, colaboração interdisciplinar e comprometimento com a sustentabilidade, o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável desempenha um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia e de outras áreas de relevância biológica e socioeconômica. Por meio de iniciativas inovadoras e de alto impacto, o ITV-DS objetiva impulsionar a busca por soluções transformadoras que beneficiem tanto as comunidades locais quanto o meio ambiente, deixando um legado duradouro na região. Para saber mais sobre o ITV-DS, acesse: www.itv.org.

Fonte: Relacionamento com a Imprensa/Vale

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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing ,Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará.

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