Em Oriximiná, comunidades de Oriximiná se profissionalizam na coleta de sementes nativas
Curso promovido pela MRN capacita moradores e impulsiona a geração de renda aliada à sustentabilidade.
Uma nova oportunidade de geração de renda está florescendo nas comunidades Saracá e Boa Nova no Lago do Sapucuá, no município de Oriximiná, região Oeste do Pará. Cerca de 80 comunitários participam do curso “Rede de Sementes”, uma iniciativa da Mineração Rio Norte (MRN), em parceria com a Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau (Coopprojirau), Associação das Comunidades das Glebas Trombetas e Sapucuá (ACOMTAGS) e do Redário, uma articulação de redes e grupos de coletores de sementes do Brasil.
O objetivo é profissionalizar a coleta de sementes nativas, capacitando os participantes em técnicas de coleta, beneficiamento, armazenamento, ampliação e comercialização. A MRN já compra sementes das comunidades, mas a parceria visa ampliar o potencial de produção, diversificar os compradores, inserir os coletores no mercado nacional de sementes e fortalecer a ACOMTAGS, promovendo a preservação ambiental.
Com duração de um ano, o curso será ministrado em quatro módulos, com foco na profissionalização e na conquista de espaço no mercado para as sementes certificadas da comunidade. Darlene dos Santos, de 18 anos, é moradora da comunidade Saracá e uma das participantes da iniciativa em busca de oportunidades. “Eu quero aprender, por meio do curso, a administrar as sementes, incluindo como vender e como conseguir os recursos para um dia, quem sabe, ser uma produtora rural. Eu resolvi participar para poder ganhar meu dinheiro com as sementes que eu vou colher”, diz.
Com o avanço das atividades de qualificação, o líder da comunidade Saracá, Antônio Joercio da Silva, espera por melhorias e maior geração de renda entre os moradores. “Com a tecnologia, a gente tem que aprender muita coisa. Tem que ser moderno. Se a gente for como era antigamente, fica para trás. A gente vai aprender mais e passar tudo o que foi ensinado para as pessoas que não estão aqui e melhorar nossos produtos”, destacou.
Para o diretor administrativo da ACOMTAGS, Emerson Carvalho da Silva, a atividade desenvolvida em parceria com a MRN atende a uma necessidade de profissionalização. “A gente vem conversando desde o ano passado com a empresa e com as comunidades. Esse curso de formação, que abrange todos os coletores da semente, é importante. E esperamos fortalecer a nossa parceria com as comunidades e a MRN para a melhoria de vida de todas essas famílias. Que a gente possa vender não só para a MRN, mas vender para outros lugares do Brasil e até, quem sabe, para fora do país”, ressaltou.
A Coopprojirau será uma das executoras do curso que será desenvolvido ao longo de 2024. A diretora-presidente da entidade, Sandra Vicentini, detalha os objetivos das atividades. “Esperamos empoderar as comunidades e promover uma capacitação para que todos estejam prontos para o mercado, atuando na geração de renda e estruturação de toda a cadeia de produção e beneficiamento de sementes, principalmente no controle de qualidade “, explica.
Eduardo Campos Filho, representante do grupo Redário, destaca a sustentabilidade da iniciativa. “O objetivo desse curso é profissionalizar essa atividade de coleta de sementes nativas que essa comunidade já faz há 12 anos, motivada pela MRN e que agora, na perspectiva de restauração, é a oportunidade desse grupo se qualificar e conquistar um espaço nesse mercado. Esse curso vai abordar todas as etapas necessárias e fundamentais para ingressar se com uma semente certificada no mercado”, afirma.
Para Claudia Belchior, gerente de Relações Comunitárias e Responsabilidade Social Corporativa da MRN, a iniciativa demonstra o compromisso da empresa com o desenvolvimento local e a sustentabilidade ambiental, em parceria com as comunidades e organizações da região. “Esse projeto vai trazer para a MRN uma grande virada de chave, que é a abertura de novos mercados por meio da formação de uma rede de coletores de sementes. Vamos fortalecer um trabalho que já é feito há vários anos e ampliar esse mercado. Nossa intenção é que, a partir do fortalecimento do projeto no Boa Nova e no Saracá, a gente abra oportunidades para outras comunidades. Percebemos que a demanda por sementes, tanto para outras empresas ou até com a questão dos créditos de carbono, já está estabelecida nacionalmente”, declara
Fonte: Temple Comunicação
Por Tiago Furtado