Domingo de alerta e ação de conscientização para cuidados com a hanseníase na Praça da República

Uma programação especial alusiva à campanha “Janeiro Roxo”, dedicada ao combate à hanseníase, foi realizada na manhã deste domingo, 28, na Praça da República, em Belém. A ação foi promovida pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), movimentos sociais e universidades pública e privada. 

Os servidores da Sesma iniciaram às 8h a busca por pessoas com manchas sugestivas para hanseníase, a panfletagem pela praça com a intenção de informar a população sobre a prevenção e cuidados, além de auxiliar na desmistificação da doença. Aos poucos, os testes começaram a ser realizados e as pessoas foram aderindo à iniciativa. 

Esclarecimentos – As tendas montadas pela Prefeitura, em frente ao Teatro da Paz atraíram muitas pessoas por esclarecimentos sobre como identificar a doença. “Todos os domingos eu costumo frequentar a praça, mas hoje, ao chegar por aqui me deparei com essa ação da Prefeitura sobre a hanseníase, que é uma doença que pode acontecer com qualquer um de nós. Imediatamente corri pra cá, para me informar. É muito importante ter conhecimento para saber onde buscar ajuda e, aqui estamos recebendo todo esse acolhimento e direcionamento”, afirmou a empregada doméstica, Betânia Souza, 56 anos. 

A servidora pública, Herita Tamili, 32 anos, que estava passeando pela praça, aproveitou a ação para se atualizar sobre a doença. “Há um tempo apareceram manchas pelo meu corpo, busquei ajuda em uma Unidade Básica de Saúde, felizmente fiz os testes e não era nada preocupante. Mas muita gente, por se tratar de uma mancha que não coça, não dói e só tem alteração de sensibilidade, acaba não dando muita importância. Por isso, que momentos como esse, disponibilizados aqui na praça, são fundamentais para o esclarecimento de dúvidas, e além disso, aqui mesmo, você já tem acesso a uma avaliação médica”, comemorou Herita. 

Serviços- Durante a ação, a Sesma ofertou para a população vários serviços de saúde, com o objetivo de levar assistência integral e de qualidade. Foram realizados atendimentos de casos suspeitos da hanseníase, além de palestras educativas. Profissionais da Sesma também ofereceram outros serviços como aplicação de vacinas, testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais, distribuição de autotestes de HIV e preservativos, aferição de glicemia, pressão arterial; além de ações preventivas e educativas de saúde bucal. 

O diretor geral da Sesma, José Raimundo Árias, participou da programação e disse que “o evento foi de extrema importância, principalmente porque contou com o envolvimento de diversos órgãos da gestão pública, emanados no sentido de informar a população sobre essa doença que é milenar, e além disso, orientaram sobre a formas de prevenção e promoção”.

Janeiro Roxo
O tema da campanha deste: “Identificou, Tratou, Curou” para incentivar o diagnóstico precoce, fundamental para conter a disseminação da doença. Desde o início janeiro, a equipe da Referência Técnica de Hanseníase e Tuberculose da Sesma realizou em diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, uma série de atividades com busca ativa de casos nos bairros de Belém, rodas de conversa, palestras e atividades educativas para usuários. 

Dia D- “Hoje é o dia D de combate à hanseníase e essa ação visa dar visibilidade e conscientizar o público a respeito da doença. Em Belém, ao longo dos anos, estamos apresentando uma redução no número de casos, mas ainda sim, nosso município é considerado endêmico (com grande incidência em um espaço limitado) para doença. Por isso, promover esse momento é importante para que o público tenha ciência de quais são os sinais e sintomas, de como é feito esse diagnóstico e procure uma Unidade Básica de Saúde, para fazer uma avaliação”, ressaltou a coordenadora da Referência Técnica de Hanseníase e Tuberculose da Sesma, Fabiane Oliveira.

Foram registrados, na capital, 83 novos casos de hanseníase em 2022 e 77 em 2023, o que representa uma queda de 7,22% entre um ano e outro. E para que o município continue apresentando tendência de queda, é necessário conscientizar. “A hanseníase tem cura, o tratamento é gratuito, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Belém estão aptas a realizar o diagnóstico e tratamento da hanseníase”, finalizou Fabiane. 

Sinais e Sintomas– A hanseníase é uma doença causada pela bactéria “Bacilo de Hansen” e é transmitida pela respiração. Caracteriza-se por manchas na pele esbranquiçadas, avermelhadas ou em tons de marrom em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade, além de caroços e inchaços  no rosto e nas orelhas. Ao detectar o sintoma, a pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para investigar. Caso seja confirmado o diagnóstico, deve iniciar logo o tratamento e a investigação de possíveis outros contaminados. Caso não seja tratada da maneira correta, a hanseníase pode deixar sequelas, como incapacidade física e deformidades.

Por isso, a população deve buscar atendimento assim que perceber algum sintoma, pois a partir do diagnóstico o tratamento é iniciado, e a pessoa deixa de transmitir a doença. O contágio se dá por via respiratória.

Família Acolhedora

O público que passou pela Praça da República na manhã deste domingo, 28, ainda se deparou com o projeto Família Acolhedora, gerido pela Fundação Papa João XXII (Funpapa), que em parceira com a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA) ofertaram diversos serviços para a população.

O presidente da Funpapa, Alfredo Costa explicou que o programa Família Acolhedora, é uma iniciativa revolucionária, do ponto de vista do acolhimento, diminuindo os número de abrigos e transformando em algo muito maior, que é a possibilidade de uma família credenciada receber em sua casa uma criança afastada da família por medida de proteção judicial, contando com todo o apoio e suporte da Funpapa. 

O  evento voltado para que as famílias interessadas pudessem fazer o cadastrado e ficassem aptas a receber crianças que iriam para Unidades de Acolhimento, conhecidas como abrigos. A partir desse processo, as crianças, passam a ter a possibilidade de ficarem, nas casas dessas famílias por um tempo, monitoradas pela Funpapa. Os responsáveis recebem um salário mínimo para auxiliar na rotina.

Serviços: No local, foi possível ainda, tirar documentação, como certidão de nascimento e de óbito, carteira de trabalho, CPF, receber orientação jurídica, fazer agendamentos, ter acesso a área de lazer, recreação e mais. 

Quem quiser mais detalhes sobre o programa Família Acolhedora, basta entrar no site: sfabelem.blogspot.com

Fonte: Agência Belém

Por Tamiris Amorim