Cidade limpa: Projeto “Limpeza de Vias Públicas” realiza ação na Praça D. Pedro II
A parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) promoveu mais uma ação do projeto “Limpeza de Vias Públicas”. O espaço escolhido foi a Praça Dom Pedro II, no bairro da Cidade Velha, que integra o conjunto arquitetônico do centro histórico de Belém e foi a primeira a ser construída na capital, no ano de 1772.
Ação do projeto promoveu a limpeza, roçagem, recolhimento de lixo e entulhos de uma das principais praças da cidade. Em seu entorno estão prédios históricos como o Palácio Antônio Lemos, que hoje em dia abriga o Museu de Arte de Belém (Mabe), o Palácio Lauro Sodré, obra do arquiteto italiano Antonio Landi e que por muito tempo foi a sede e moradia oficial dos governadores do Pará. A sede da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) também é “vizinha” da praça.
Rodrigo Teixeira, coordenador de Trabalho e Produção da Diretoria de Trabalho e Produção (DTP) da Seap, informa que a atividade envolve a mão de obra de 30 Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs) da Unidade de Custódia e Reinserção do Coqueiro (UCR Coqueiro), que estão no regime semiaberto. O coordenador acrescenta que a ação com a Semma inicia também a construção de uma nova parceria entre as secretarias, desta vez para incorporar a mão de obra de 140 custodiados, entre homens e mulheres, todos devidamente remunerados.
A ação desta quarta-feira (27) foi voluntária, diz Rodrigo, mas já em meados de janeiro está previsto a assinatura do convênio que irá permitir a limpeza e manutenção de várias praças e espaços públicos de Belém. “Esse trabalho aqui é voluntário para quem está inserido no projeto. Eles vão trabalhar e a cada três dias trabalhados terão um dia remido de suas penas. Já o convênio será remunerado, os 140 internos que vão ser contratados e vão receber o salário mínimo vigente e mais a contribuição previdenciária”, esclarece o coordenador de trabalho.
Eudes dos Santos, de 31 anos, é um dos voluntários do projeto e vê a oportunidade de trabalho como “uma esperança, um incentivo para quem quer fazer diferente, a mudança que a gente está precisando”. Os dias fora da unidade prisional permitem essa experiência de voltar à sociedade e ajuda a manter a mente mais tranquila, além de permitir praticar mais uma atividade de trabalho, comenta Eudes.
“Esse projeto traz para a gente também uma experiência de trabalho que a gente ainda não teve. Tipo, zelar, cuidar e isso é uma experiência muito grande que a gente vem aprendendo. Conseguir os nossos planos, colocar em obra essa mudança, de estar ao lado da família. É uma mudança tanto física na nossa vida, como mental, e também uma mudança espiritual. Fazer com que a gente venha pensar diferente, pensar melhor, e fazer com que o Estado, as pessoas, a comunidade, a sociedade acreditem na nossa mudança”, afirma Eudes.
Qualificação profissional – Para Arnaldo Alves da Silva, de 40 anos, a vida no cárcere tem lhe permitido adquirir conhecimentos e qualificação profissional que antes não possuía. Ele já teve a oportunidade de trabalhar na obra do Pronto Socorro da Augusto Montenegro, mas com a interrupção das atividades por conta do final de ano, se ofereceu para trabalhar na limpeza da praça.
Ele conta que na obra aprendeu mecânica e hoje é capaz de realizar a manutenção de “makitas”, furadeiras, lixadeiras e outros tipos de equipamentos. Como faltam apenas cinco meses para conseguir a liberdade, Arnaldo acredita que essa experiência permitirá a possibilidade de conseguir um trabalho ou mesmo montar um negócio próprio para gerar renda para si e a família.
“Essa experiência para mim, ela tem sido boa. Estou muito agradecido pela oportunidade que estão me dando. Eu estou pegando isso, estou abraçando com toda a minha força, com todo o meu desejo de retornar de novo à sociedade. Aprendi agora a roçar com roçadeira, isso é bom pra mim, eu fico muito feliz, não só pra mim, mas por todos os meus colegas que eu agradeço pela oportunidade”, agradeceu Arnaldo.
O administrador Sidney Machado, que presenciou a ação dos internos na praça D. Pedro II, comentou que é bom vê-los em atividade fora do ambiente carcerário. “Colabora para a mentalidade, para a saúde mental deles”, diz.
“Até porque tira a atenção deles lá dentro mesmo, no presídio, sair um pouco lá de dentro, para enxergar um pouco aqui e ver as pessoas passando. Eles podem, no futuro, melhorar a vida deles, tanto social quanto na qualidade de vida deles”, concluiu.
Fonte: Agência Pará
Por Caroline Rocha (SEAP)
Texto: Marcio Sousa / NCS Seap Pará