Curta metragem “Luz do Mundo” ilumina a trajetória e a obra musical de Manoel Cordeiro
O curta-metragem “Luz do Mundo” é um prólogo à biografia de Manoel Cordeiro, um dos músicos e compositores mais importantes da Amazônia. Dirigido por San Marcelo e Cícero Pedrosa Neto, vai ser exibido às 18h, nessa terça-feira, 10, na Sala Vicente Salles, no Memorial do Povos: um lugar icônico, municipal, de solidariedade e irmandade entre os povos, uma das diretrizes da Prefeitura de Belém. O lançamento celebra a vida e a obra de Manoel Cordeiro, músico que transformou a “onda sonora da Amazônia” numa expressão artística universal. Entrada gratuita.
Além de Manoel Cordeiro, o curta traz depoimentos de outros ícones da música nortista, como Dona Onete, Eloi Iglesias e Pinduca. Também participam a esposa de Manoel, Marli Sanches, o filho, Felipe Cordeiro e a cantora Layse. O filme culmina com o momento de virada na vida e carreira de Manoel Cordeiro: ele contraiu covid-19 e se deparou com a possibilidade de nunca mais tocar um instrumento. Contudo, para Manoel, a luz brilhou novamente, e ele então decidiu fazer tudo o que um dia imaginara em vida.
A médica Nayara Guedes, que acompanhou o tratamento do músico, aparece no curta cantando “Luz do Mundo”, num show realizado em 2022 para celebrar a recuperação de Manoel Cordeiro. A apresentação teve a participação do filho e parceiro musical, Felipe Cordeiro, além da cantora Layse.
Marajó
Manoel Cordeiro nasceu em Ponta de Pedras, no Marajó, em 1955. É multi-instrumentista, compositor e arranjador, um dos maiores nomes da música amazônida, dono de uma obra que reúne ritmos da cultura regional tendo como instrumento principal a guitarra. Autodidata, filho de mãe marajoara e cavaquinhista e de avô maestro, ele cedo se encantou pela música: aos 12 ingressou em bandas de baile. Manoel é considerado uma das lendas vivas da música brasileira, expoente da sonoridade amazônica.
Bancário
Entre 1976 e 1986, Manoel ganhou a vida trabalhando no Banco do Brasil, para ajudar a mãe e os irmãos. E retornou aos estúdios: em 1983, para tocar com o irmão Barata. À época, recebeu um convite de Alípio Martins, para montar uma banda base que iria acompanhar vários artistas. Foram anos, sobretudo, de muito trabalho, mas a carreira autoral voltaria com força ao final dos anos 2000.
Molejo amazônico
Ali Manoel deu início à parceria com o filho Felipe Cordeiro, músico-compositor, voltando definitivamente aos palcos. Esse retorno trouxe o primeiro disco solo, “Sonora Amazônia”, um apanhado da carreira do artista, viagem instrumental que foca as vertentes musicais dançantes da Amazônia: lambada, cúmbia, carimbó.
Manoel Cordeiro já colaborou em mais de 1.000 discos: como músico participante, arranjador ou produtor. Reconhecido como um produtor com vasta experiência em sons latinos, como zouk, merengue e cúmbia.
O curta metragem “Luz do Mundo” foi realizado com apoio de emenda parlamentar, com realização da Fadesp, Escola de Música da UFPA, Pró-Reitoria de Extensão da UFPA e Ministério da Educação, Governo Federal do Brasil. Produzido pela Sapucaia Filmes, com direção, roteiro e direção de San Marcelo e Cícero Pedrosa Neto.
Serviço
Lançamento do documentário curta metragem “Luz do Mundo”, sobre a trajetória de Manoel Cordeiro. Nesta terça-feira, às 18h, na Sala Vicente Salles, no Memorial do Povos – Governador José Malcher com Doutor Moraes (ao lado do Palacete Bolonha). Entrada gratuita.
Fonte: Agência Belém
Texto: Luciana Medeiros