Poema para meu filho:
Meu maior medo;
É deixar um dia, de ser seu herói;
Pois uma relação amiga se constrói;
Pelo mútuo respeito,
Mas também pela admiração.
Por isso, não guardo em segredo;
Que me sinto mais seguro;
Se ainda no futuro;
Eu ainda possa ser seu campeão.
Meus super poderes nessa vida;
Em tudo o que procurei te ensinar;
Foram correr ao seu lado sem cansar;
Para te proteger da queda;
Quando de bicicleta você fosse pedalar.
Com a supervisão do pai superfantástico;
Na trilha de moto,
Andamos pra valer;
Eu sempre voltava o pescoço para trás;
Mais parecendo o senhor elástico;
Preocupado em não te perder.
Minha máscara sempre foi diferente;
Minha capa não balança na ventania;
Uso meu uniforme para atender ao paciente;
E também, na hora da cirurgia.
Meu escudo não é magnético;
Mas um simples jaleco branco;
Meu corpo, já não mais tão atlético;
No tatame, já não causa tanto espanto.
Mas, com você, dividi aventuras de verdade;
No nosso conto de fadas encantado;
Num “mar de tubarões infestado”;
Nadamos na piscina,
No meio da tempestade.
A noite, eu zelava seu sono;
Enfrentava o dragão voador,
Te ventilava no verão,
Te cobria no inverno e no outono;
E de raquete elétrica, lutava batalhas sangrentas;
Com terrível mosquito matador.
Então você cresceu e ficou bem forte;
Agora, o conto do vento norte;
Já não nos leva no tapete mágico voador;
Mas sinto ainda no meu peito;
A força e o efeito;
Do por ti, meu grande amor.
Te amo meu pequeno aprendiz;
Te amo, meu grande lutador,
No tatame te levei primeiro;
Para que hoje, como se diz;
Como um verdadeiro guerreiro;
Que você se torne meu professor.
O tempo constrói seu encanto;
A pancada das lutas em confronto;
Já não mais te dói;
Seu velho pai também cresceu;
Mas o maior medo meu;
É um dia,
Por pouca sabedoria;
Deixar de ser seu herói.
Te amo ainda como criança;
E guardo em mim a esperança;
De que você sempre queira me abraçar;
Pois quanto mais vou ficando velhinho;
Passo querer a cada dia mais um pouquinho;
No seu colo me deitar.
Te amo!
Papai.
