Transplante: Santa Casa se prepara para realizar transplante de fígado em 2021
A Santa Casa foi o hospital indicado no Pará para a realização de transplantes de fígado. A unidade de saúde está recebendo a tutoria sobre o assunto, com a capacitação de profissionais de várias áreas, por meio de uma parceria entra a Fundação, o Ministério da Saúde e o Hospital Albert Einstein. A expectativa é começar as cirurgias em 2021.
“Além de termos a única residência em Hepatologia da Região Norte, possuirmos o serviço de referência em doenças do fígado e também já realizar o transplante de rins, a Santa Casa foi indicada para realizar o transplante de fígado no Pará e está recebendo a tutoria, com a capacitação de 19 profissionais de várias áreas, por meio de uma parceria entra a Fundação, o Ministério da Saúde e o hospital Albert Einstein. Nossa expectativa é começar a realização dos transplantes em 2021”, projeta o cirurgião de fígado da Santa Casa, Rafael José Romero Garcia.
O médico coordena o Centro Estadual em Doenças do Fígado da Santa Casa de Misericórdia do Pará, que é referência para a assistência e o ensino no Pará e Região Norte. O serviço realiza em média 6 mil consultas por ano, 200 internações, 80 cirurgias de grande porte, atendendo pacientes adultos e pediátricos com doenças hepáticas, como cirrose e hepatite viral. Acompanha ainda 60 pacientes transplantados, sendo, hoje, o único a realizar exames especializados pelo SUS no Pará, como a elastografia hepática (semelhante a ultrassonografia que avalia a saúde do fígado) e tromboelastometria (que avalia a coagulação do paciente).
Para melhor estruturar o serviço, está prevista para ser inaugurada em agosto uma ala do fígado que concentrará os atendimentos relacionados a cirurgias e, futuramente, o transplante de fígado de pacientes adultos.
A paciente Telma Rodrigues é acompanhada ambulatorialmente na Santa Casa desde 2016, mas como o transplante de fígado ainda não é realizado no Estado, foi transplantada em 2017 no Ceará. Para ela, a Santa Casa poder vir a realizar o procedimento será um avanço e trará muitos benefícios para os pacientes, evitando um desgaste físico e emocional de quem já está doente.
“Quando vamos para uma cidade estranha, nos sentimos desamparados, longe do seio familiar, isso realmente gera nos pacientes uma sensação de abandono, até mesmo porque muitos vão sem esperança de retorno. Por isso essa importância tão grandiosa para todas as pessoas que precisam desse recurso de sobrevivência que é o transplante hepático”, conta Telma, que também é estudante de nutrição e teve a oportunidade de fazer seu estágio na Santa Casa. “Foi maravilhoso poder viver essa etapa da minha formação no local em que fui cuidada. Me senti de certa forma também retornando para outras pessoas o que recebi no período de internação”, relembra Telma.
A formação é uma dos focos do Serviço de Hepatologia da Santa Casa que, desde 2014, possui a especialidade médica, sendo a única residência da Região Norte que além de formar especialistas em Hepatologia também contribui com a formação de 25 residentes de Clínica Médica.
“O residente de Clínica Médica precisa ter a vivência da Hepatologia para que possa identificar as principais patologias, tratar os casos mais leves e saber identificar os casos que necessitam do especialista”, explica a médica Fernanda Garcia, coordenadora da Residência Médica de Hepatologia da Santa Casa.
“Nossa especialidade trata de patologias mais raras mas também de doenças muito comuns que, sem tratamento, podem ter uma evolução grave, e por isso ampliar o acesso à população ao hepatologista, através da formação de novos especialistas, é de suma importância para a sociedade”, ressalta a médica.
Julho Amarelo
O Julho Amarelo entrou no calendário do Ministério da Saúde em 2019 como o mês de combate às hepatites virais, uma referência a data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais (28 de julho). As doenças são classificadas em A, B, C, D e E; sendo que as hepatites B, C e D podem evoluir para formas mais graves da doença, como a hepatite crônica, cujas complicações podem ser a cirrose e o câncer hepático.
Fonte: Agência Pará
Texto: Etiene Andrade(Santa Casa)
Crédito: FSCMP / ASCOM