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No dezembro laranja, oncologistas falam sobre a prevenção do câncer de pele
Brasil é um país que registra mais de 180 mil novos casos de câncer de pele por ano. E, mesmo assim, 63% da população brasileira não usa nenhum tipo de proteção solar, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O mês de dezembro ganha a cor Laranja para lembrar a importância da prevenção ao câncer de pele, o tipo mais comum no mundo todo. A radiação solar sem proteção é a principal causa da doença.
O câncer de pele é mais comum em pessoas adultas, a partir dos 40 anos, com pele, olhos e cabelos claros. Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele também aumenta o risco. Os sinais e lesões aparecem mais na cabeça, pescoço, braços e pernas – áreas mais expostas ao sol.
Existem basicamente dois tipos de câncer de pele: o não melanoma é o mais comum, representa 30% de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil. Já o câncer melanoma é mais grave. Representa apenas 3% dos casos de câncer de pele, mas a letalidade é mais alta e tem maiores chances de causar metástase. Até o final do ano, serão 8.450 casos novos no Brasil.
O diagnóstico precoce é fundamental. Quando a doença é descoberta cedo, a chance de cura é de 90%. Com o diagnóstico tardio cai para 40%.
No momento mais crítico da pandemia de covid-19, foram realizados 24,7% diagnósticos a menos dessa doença em 2020 do que em 2019. O total de internações em decorrência da doença também caiu 26%, segundo informações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2021, nos seis primeiros meses do ano (de janeiro a junho), percebe-se uma retomada gradual dos atendimentos, mas os números ainda são inferiores aos registrados no período anterior à pandemia. Isso significa que milhares de casos de câncer de pele potencialmente devem iniciar seus tratamentos com atraso ou ainda nem foram descobertos pelos médicos, o que tem impacto direto nas chances de recuperação e cura dos pacientes.
Prevenção – A melhor maneira de se prevenir do câncer de pele é evitar a exposição prolongada e repetida ao sol. O protetor solar deve ser usado todos os dias e da maneira correta. O fator de proteção deve ser, no mínimo 30, e o protetor deve ser reaplicado a cada 2 horas.
Além disso, usar roupas e acessórios como chapéu e óculos escuros, e evitar o sol entre 10 e 16H, quando a incidência dos raios ultravioletas é maior. “São hábitos simples e que devem ser adquiridos desde a infância, pois os danos causados pelo sol são acumulativos”, explica a oncologista Paula Sampaio.
Diagnóstico precoce – Prestar atenção se não há pintas no corpo pode ajudar a identificar lesões na pele. Se tiver manchas ou sinais que coçam, ardem, descamam ou sangram; e feridas que não cicatrizam em até 4 semanas, o recomendado é procurar um dermatologista.
GRUPO DE RISCO. Veja se você faz parte:
A SBD preparou uma série de perguntas para verificar as chances de a pessoa estar no grupo de risco para câncer de pele. Quem se enquadra em mais de uma dessas situações deve procurar um dermatologista para fazer uma avaliação pelo menos uma vez por ano.
– Alguém na sua família tem o já teve câncer da pele?
– Você já teve mais de 6 queimaduras de sol durante a vida, daquelas em que a pele fica muito vermelha e ardendo?
– Você tem a pele muito clara, daquelas que sempre queima no sol e nunca bronzeia?
– Você tem muitas sardas?
– Você tem mais de 50 pintas/sinais no corpo?
– Você tem alguma pinta nova ou que apresenta mudanças na sua cor ou tamanho?
– Você está com alguma ferida que não cicatriza?
– Você já teve câncer da pele?
Assim como pegar sol com proteção, o autoexame da pele também deve fazer parte da nossa rotina. Em frente ao espelho, é importante observar se não há pintas, manchas ou sinais no corpo que estão se modificando.
Para ajudar o leigo com o autoexame, os dermatologistas utilizam as 5 primeiras letras do alfabeto.
“A” de Assimetria – Se você tem uma pinta, um sinal na pele de formato irregular isso deve chamar sua atenção.
“B” de Bordas – Lembra que pintas com bordas irregulares também são sinal de preocupação.
“C” de Cor – Lembra que se a cor daquele seu sinal se modificar ou se tiver mais de uma cor, é um alerta.
“D” de Diâmetro – Se ele aumentar, é um aviso para procurar o médico.
“E” de Evolução – Observando mudanças, evoluções nesses aspectos representados pelas letras ABCDE, procure o especialista. Essa atitude pode assegurar o diagnóstico do câncer de pele logo no começo.
Em 2018, os exames de acompanhamento mostraram metástases no pulmão e no cérebro. O nódulo no pulmão foi retirado em uma cirurgia, e o tumor no cérebro foi tratado com uma radiocirurgia.
Veja no vídeo o que diz a médica Amanda Gomes oncologista clínica do CTO.
Fotos e imagens : Ascom/CTO
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