Cultura

Orquestra Ouro Preto comemora 25 anos de trajetória com temporada inesquecível

Entre as novidades para 2025 está a estreia da ópera 'Feliz ano velho', baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, a estrear em junho, nas areias de Copacabana

Em 2025, a Orquestra Ouro Preto alcança um marco significativo em sua trajetória. Mais do que uma simples data, os 25 anos representam uma jornada de paixão, ousadia e excelência musical. Ao longo dessas décadas, o grupo mineiro se tornou referência nacional e internacional, quebrando barreiras e transformando o cenário musical brasileiro ao unir a tradição da música de concerto com novas e surpreendentes abordagens artísticas.

Com a temporada comemorativa, que já começou com uma turnê memorável por seis países da Europa, a Orquestra Ouro Preto promete mais um ano de inovações. A programação especial revisita seus maiores feitos e propõe novas parcerias e colaborações, reafirmando sua identidade singular e seu papel de vanguarda da música nacional.
De concertos que resgatam momentos históricos, passando por projetos que exaltam compositores e exploram novas sonoridades, cada apresentação será uma jornada musical que reflete o legado de uma trajetória construída com coragem e sensibilidade.

“Esses 25 anos foram de desafios e surpresas constantes. Nunca nos acomodamos. Desde o início, com um grupo formado por irmãos e amigos, não imaginávamos que chegaríamos tão longe, mas sempre acreditamos na força da música e no poder dos grandes encontros”, celebra o Maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra.
Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto iniciou sua trajetória no interior de Minas Gerais e, com o passar dos anos, tornou-se um dos grupos mais inovadores e consistentes do Brasil. Seu compromisso com a valorização da música brasileira e com a democratização do acesso à arte é um dos pilares que sustenta sua trajetória, consolidando-se como uma grande incentivadora de novos repertórios nacionais.

Foto: Rapha Garcia

“Os princípios que nós mantemos até hoje, acredito que expliquem um pouco o sucesso da nossa trajetória. O primeiro foi o acesso à democratização. Onde funciona a sede da orquestra hoje, em Ouro Preto, a gente apresentava praticamente todos os domingos concertos gratuitos ali. Sempre fomos também muito abertos a trocas de experiências e sugestões de repertórios. Como orquestra, a gente queria que as pessoas se sentissem representadas”, comenta Toffolo.

Além de seu reconhecimento em palcos internacionais, a Orquestra conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, com uma presença marcante nas redes sociais e plataformas digitais. Atualmente, é a orquestra mais ouvida da América Latina, com mais de 240 mil seguidores no Instagram, mais de 100 mil ouvintes mensais no Spotify e milhares de acessos no YouTube.

Programação comemorativa

A temporada 2025 já começou em grande estilo, com uma turnê europeia ao lado de Alceu Valença, que teve ingressos esgotados em teatros de Paris, Londres, Berlim, Utrecht, Barcelona, Porto e Lisboa.

Em 21 de março, a Orquestra lança seu 23º álbum, Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari, reunindo interpretações de grandes compositores brasileiros e internacionais.
A icônica Bachiana Brasileira nº 9, de Villa-Lobos, ganha a interpretação da Orquestra, mantendo a sofisticação e a identidade da obra original. De Piazzolla, o álbum traz Suíte del Ángel, com arranjos inéditos de José Carli, parceiro do compositor e testemunha de um dos períodos mais importantes da música latino-americana.

Fechando o disco, Canções para as Estações, de Mehmari, é uma criação inédita inspirada nos sonetos atribuídos a Vivaldi em As Quatro Estações, trazendo uma abordagem inovadora e emocionante com a voz luxuosa da soprano Marília Vargas.

Para o compositor, a obra une duas de suas grandes paixões: a música barroca e a arte da canção. “É uma grande alegria saber que uma composição minha tem um registro tão brilhante e belo, feito com tanta competência artística e técnica pela Orquestra Ouro Preto. Acho que essa obra é das mais representativas composições de minha autoria em tempos recentes: ela mostra da maneira mais clara a minha paixão pela música barroca, pela representação dos afetos expressos por palavras em gestos musicais”, analisa Mehmari.

O álbum estará disponível nas plataformas digitais a partir de 21 de março.

Série Domingos Clássicos – Uma década de sucesso

As comemorações seguem com a abertura da temporada da Série Domingos Clássicos, que completa 10 anos de parceria com o Sesc Palladium, em Belo Horizonte, onde a Orquestra é residente. O projeto conquistou o público belo-horizontino, que, mensalmente, lota o teatro em apresentações a preços populares.

O primeiro concerto da série acontece no dia 23 de março, às 11h, no Sesc Palladium, e homenageia o compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, com participação do Quinteto Tempos. Os ingressos já estão à venda no site Sympla e na bilheteria do teatro.

O espetáculo será uma viagem pelo legado de Herrera, trazendo interpretações de suas obras e estreias de composições inéditas. Como cofundador da Orquestra Ouro Preto, ao lado de Ronaldo Toffolo, Herrera teve um papel fundamental na construção da identidade do grupo, que segue quebrando paradigmas ao aliar tradição e inovação sob a regência de Rodrigo Toffolo.

Ao longo do ano, a Série Domingos Clássicos, uma corealização da Orquestra em parceria com o Sistema Fecomércio MG, por meio do Sesc em Minas, ainda trará sucessos marcantes da trajetória da Orquestra, como Música para Cinema, o entremez O Grande Governador da Ilha dos Lagartos, o tributo Nirvana: Nevermind, o espetáculo cênico-musical Fernando Capelo Gaivota e uma nova edição da série Alma Mineira, que celebra a música feita em Minas Gerais.

Ópera inédita nas areias de Copacabana

Dentre as surpresas da temporada, a Orquestra Ouro Preto mais uma vez aposta na ousadia. Após o sucesso da adaptação operística de Hilda Furacão, a formação mineira mergulha em outro best-seller da literatura brasileira e leva aos palcos uma versão inédita de Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva.

O livro, um marco geracional, narra o acidente que deixou o autor tetraplégico pouco antes do Natal de 1979. Embora trate de um episódio trágico, a obra combina humor, ternura e reflexão, tornando-se um dos maiores sucessos da literatura nacional.

Com música e libreto assinados por Tim Rescala, a montagem estreia em 14 de junho em um cenário inusitado: as areias de Copacabana, reafirmando o compromisso da Orquestra com a popularização da ópera no Brasil. Em seguida, a produção chega a Belo Horizonte para duas récitas no Palácio das Artes, em agosto.

“A música brasileira de concerto é algo muito importante e presente em nossa história. Essa visão veio desembocar em uma vertente essencial atualmente no trabalho da Orquestra Ouro, que é a construção de uma ópera popular brasileira, com textos contemporâneos brasileiros e cantadas em português. A primeira empreitada foi o Auto da Compadecida, a segunda foi Hilda Furacão, agora vamos com a adaptação de Feliz ano velho, do Marcelo. Essa é uma grande novidade para a nossa temporada de 25 anos”, afirma o maestro.

O autor, Marcelo Rubens Paiva, se declarou exultante em ver seu primeiro livro se tornar ópera pela Orquestra Ouro Preto: “Depois de mais de um ano de conversas e trocas com o maestro, veremos a ópera nascer nas areias de Copacabana. A sensação de ver uma obra transformada em ópera me faz sentir muito mais do que um cara importante, mas um cara quase erudito, um clássico!”, afirma.

Grandes encontros pelo Brasil

Os 25 anos da Orquestra Ouro Preto também serão comemorados em apresentações por todo o país. Já estão confirmados concertos no Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Amazonas.

Presentes para Minas Gerais

Minas Gerais, berço da Orquestra, recebe uma programação especial. Uma turnê pelo interior do estado levará o espetáculo Lendas do Rock — um dos maiores sucessos do grupo — a diversas cidades, com versões orquestradas de clássicos de Guns N’ Roses, Led Zeppelin, Deep Purple, Metallica e outros ícones do gênero.

Além disso, a Orquestra retorna a Paracatu, cidade com a qual mantém uma forte relação, para concertos no segundo semestre, reafirmando seu compromisso com a descentralização da música de concerto e a valorização da cultura nacional.

Apoio fundamental para o sucesso

Toda essa programação só será possível graças ao apoio de empresas que acreditam na importância da cultura para o desenvolvimento social e artístico do país. O Instituto Cultural Vale, a SulAmérica, a AngloGold Ashanti, a Kinross Paracatu e a Aliança Energia, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, desempenham um papel crucial no financiamento da temporada. Essas parcerias são fundamentais para garantir a democratização do acesso à cultura, permitindo que a música de concerto chegue a públicos cada vez mais diversos e distantes.

Fonte: ADupla Informação/ Por Fabio Gomides

COMPARTILHAR
Mostrar Mais

guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Botão Voltar ao Topo