Saúde

Março Azul é o mês de conscientização sobre o câncer colorretal, uma doença oncológica evitável

No mundo, cerca de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer colorretal por ano. Desse total quase metade vai a óbito em função da doença. No entanto, é possível reverter esse quadro, uma vez que entre todos os tipos de cânceres, o colorretal é considerado evitável

Todos os anos, cerca de 2 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com câncer colorretal (ou câncer do intestino e reto), e quase  1 milhão perde a vida devido à essa enfermidade. No Brasil, o câncer colorretal é a segunda doença oncológica mais frequente em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama. Na população masculina também ocupa o segundo lugar, atrás apenas do câncer de próstata. Estima-se que, entre 2023 e 2025, teremos mais de 45 mil novos casos por ano no país. São números preocupantes.

Apesar desse cenário, o câncer colorretal é uma doença evitável. Entre as medidas para isso está o rastreamento por meio do exame de colonoscopia capaz de detectar pólipos no intestino e, no mesmo procedimento, retirá-los antes que se tornem um câncer no futuro. Da mesma forma, o exame pode detectar um câncer em fase inicial, quando o tratamento adequado tem mais chances de sucesso.

Ademais, é preciso investir em conscientização sobre fatores de risco. O câncer colorretal pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade ou histórico familiar. Além dos fatores genéticos, hábitos de vida como sedentarismo, alimentação rica em gordura animal e ultraprocessados, tabagismo e consumo excessivo de álcool aumentam o risco da doença. Indivíduos com histórico de doenças inflamatórias intestinais ou casos de câncer colorretal na família também apresentam maior vulnerabilidade. Embora sintomas como sangue nas fezes, dor abdominal persistente e perda de peso inexplicável possam ser sinais de alerta, a doença muitas vezes evolui silenciosamente, tornando os exames preventivos ainda mais essenciais.

 É possível prevenir

 A boa notícia é que o câncer colorretal pode ser prevenido. A prevenção primária inclui a adoção de hábitos saudáveis, como manter uma alimentação rica em fibras vegetais, evitar o sedentarismo, não fumar e moderar o consumo de álcool. Já a prevenção secundária envolve a detecção precoce de lesões pré-cancerígenas ou tumores iniciais por meio de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. A recomendação é que a triagem comece a partir dos 45 ou 50 anos, seguindo até os 75.  Como já foi mencionado, a colonoscopia permite identificar e remover pólipos antes que evoluam para o câncer.

Quando o diagnóstico confirma a presença de câncer, procedimentos como biópsias e cirurgias são indicados, e, felizmente, tumores detectados precocemente apresentam taxas mais altas de sucesso no tratamento. Por isso, é fundamental estar atento aos sintomas e procurar um médico diante de sinais como alterações no ritmo intestinal, fezes escurecidas ou com sangue e desconforto abdominal persistente.

 Um chamado à conscientização

 No Brasil,  a campanha Março Azul de conscientização sobre câncer colorretal ganhou força inicialmente pelas ações das entidades médicas ligadas ao combate desse tipo de câncer – a Sociedade Brasileira de Endoscopia e Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Depois outras instituições abraçaram a causa e a Zoé, ONG que desde 2019 leva saúde especializada às comunidades ribeirinhas dos rios Tapajós e baixo Amazonas, no Pará,  está entre elas.

Neste ano, vamos realizar em março no município de Belterra (PA) um importante trabalho de rastreamento do câncer colorretal com exames de colonoscopia e tratamento dos pólipos que forem diagnosticados. Essa mobilização tem como objetivo sensibilizar a população,  profissionais de saúde e gestores públicos, para que possamos instituir políticas efetivas de prevenção no país. Com mais informação e acesso ao rastreamento, podemos reduzir a incidência e a mortalidade por essa doença.

 Que este Março Azul seja um marco na luta contra o câncer colorretal.

Marcelo Averbach, médico cirurgião colorretal
Marco Aurelio D’Assunção, médico endoscopista
Pedro Averbach, médico cirurgião colorretal
Fundadores da ONG Zoé

Fonte: Ascom ONG ZOÉ/ Por Lídia de Santana

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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

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