Cultura

Bloco Pato de Máscara 2025 leva para as ruas a luta contra o trabalho infantil no açaí

Pelo terceiro ano consecutivo, o Bloco Pato de Máscara tomará as ruas de Belém, levando alegria e conscientização ao Carnaval paraense. Em 2025, o bloco carnavalesco traz um tema de grande relevância social: o combate ao trabalho infantil na cadeia produtiva do açaí. A festa já tem data marcada: 23 de fevereiro, com saída às 9h da Praça Waldemar Henrique.
Este ano, em meio aos preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontecerá em Belém, o bloco destaca a necessidade de enfrentar essa realidade. “Nosso estado está se preparando para um evento global que trará debates sobre o futuro do planeta, mas também precisamos olhar para os desafios locais, como o trabalho infantil”, ressalta a coordenadora do bloco, Vanilza Malcher.
A preocupação com a exploração de crianças e adolescentes no setor do açaí é urgente. “Muitas crianças abandonam os estudos ou enfrentam defasagem escolar devido à necessidade de trabalhar na extração do fruto, além dos riscos de acidentes nesse tipo de atividade”, pontua Vanilza.
O impacto dessa realidade já foi evidenciado por pesquisas recentes. “Esse trabalho interfere diretamente no direito à educação, contribuindo para a evasão escolar e forçando muitos a dividir seu tempo entre jornadas exaustivas e os estudos”, alerta Saulo Matos, vice-coordenador da Clínica de Combate ao Trabalho Escravo da UFPA. Ele destaca dados do projeto “Açaí sem Trabalho Infantil” (2024), desenvolvido em Cachoeira do Arari, no Marajó, que identificou que 44,12% das famílias da zona rural da região contam com a participação de crianças e adolescentes na produção de açaí.
“A naturalização dessa prática reforça ciclos de pobreza e exclusão social, mantendo vivas as contradições entre a cultura local e as exigências de um sistema econômico desigual. O enfrentamento do trabalho infantil na cadeia produtiva do açaí exige ações coletivas e políticas públicas comprometidas com a superação das desigualdades estruturais que sustentam essa realidade e comprometem o desenvolvimento social das populações amazônicas”, reforça Saulo Matos.
Música, tradição e engajamento social
Desde sua criação, o Bloco Pato de Máscara se consolidou como um espaço familiar e de conscientização social. Este ano, a folia será animada pelos artistas Adilson Alcântara, Alba Mariah e Pedrinho Callado, além da participação especial da Associação Cultural Vaca Velha, de São Caetano de Odivelas.
Como participar?
Os foliões podem garantir presença adquirindo o abadá, que estará disponível a partir de 8 de fevereiro de 2025, na Central do Carnaval, localizada no 1º piso do Shopping Boulevard.
•Camisa: R$ 70,00
•Camiseta: R$ 60,00
Mais informações: (91) 98254-5602 | (91) 98018-3778
Siga nas redes sociais: @patodemascara
Apoio e parceria
O Bloco Pato de Máscara conta com o apoio do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, Prefeitura de Belém/Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, UNAMA, Clínica do Trabalho Escravo da UFPA, Shopping Boulevard, ATEP, Fecomércio – SESC/SENAC, Mirante Design, Associação dos Funcionários do Banpará, Prefeitura de São Caetano de Odivelas e Agência Conceito-A.
Neste Carnaval, mais do que uma festa, o Bloco Pato de Máscara reafirma seu compromisso com a cultura e a transformação social, levando para as ruas a mensagem de um futuro mais justo para as crianças do Pará.
Foto: Nahiane Serrão
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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

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