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Arquitetura na Amazônia: construção de moradias requer atenção ao clima regional
A projeção de prédios e casas sem considerar o calor e a umidade da região pode causar o consumo elevado de energia
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Ao construir edifícios, casas e patrimônios na Amazônia, é preciso estar atento às condições climáticas para oferecer um ambiente seguro e sustentável. Quando o calor e a umidade da região são desconsiderados, desconfortos térmicos, patologias e consumo elevado de energia podem acontecer.
Ao planejar uma obra arquitetônica na região amazônica, a temperatura e as particularidades do clima devem ser os principais pontos analisados para o desenvolvimento de um ambiente confortável e de eficiência energética. Segundo Amanda Mendes, coordenadora do curso de Arquitetura da UNAMA – Universidade da Amazônia, um projeto que não analisa essas características pode influenciar na dependência de climatização artificial.
“Estamos localizados próximo à Linha do Equador, fazendo com que nosso clima seja atípico, quando comparado a outras regiões do país. Ele é caracterizado por altas temperaturas, calor e umidade elevada. Essas condições influenciam diretamente no conforto interno de edificações, principalmente na questão térmica e no uso de energia. Se a construção não faz o estudo ambiental, cria um espaço superaquecido e sem elementos de sombreamento, aumentando os gastos de energia”, pontua.
Outros elementos artificiais que se destacam são as peles de vidro e metal, usadas para o revestimento de fachadas de edificações. Ainda de acordo com Mendes, a utilização desses materiais pode aquecer o ambiente e impedir a entrada de luz natural, sendo necessário lâmpadas acesas a todo momento. A profissional ainda destaca a existência do design passivo para um planejamento sustentável, conciliando o aproveitamento do meio ambiente com a modernização do patrimônio.
“A ventilação cruzada, o sombreamento adequado e materiais de origem local não apenas melhoram o conforto térmico, mas também são práticas conscientes para arquitetar uma construção, respeitando o meio ambiente, o clima e a identidade amazônica. A arquitetura na Amazônia deve integrar técnicas tradicionais e tecnológicas para reduzir o impacto ambiental”, completa.
Por: Quezia de Jesus