Alepa promove palestra sobre a síndrome de Burnout
O Brasil é o 2º país com o maior número de casos diagnosticados com a síndrome de Burnout. Cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a doença, que está diretamente relacionada às atividades laborais. Os dados são da Organização Mundial da Saúde e da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
A síndrome de Burnout foi o tema da palestra feita pelo psiquiatra André Palmeira, nesta quarta-feira (22/01), na programação da I Jornada de Saúde Mental promovida pelo Departamento de Bem-Estar Social (DBES), da Assembleia Legislativa do Pará, em alusão ao Janeiro Branco.
A doença – A síndrome de Burnout envolve uma ideia de esgotamento mental do trabalhador, condição na qual o profissional tem dificuldade em realizar suas tarefas e se aproxima muito de um estado de depressão. De acordo com André Palmeira, “o adoecimento mental já é a principal causa de afastamento do trabalhador, que sofre com o estigma social como se ele tivesse culpa pela sua condição. É preciso ter a compreensão de que o problema está no ambiente de trabalho e não na pessoa”, avalia o psiquiatra. “O afastamento pode ser necessário, pois ninguém consegue se curar em um ambiente que o adoece”, afirma.
Ele ressalta que o adoecimento mental pode se refletir na saúde física, com sintomas como aumento de pressão arterial, taquicardia, problemas respiratórios e de pele, entre outros. “Não é fácil ter o diagnóstico rapidamente. O adoecimento mental é insidioso, lento, vai se manifestando aos poucos e pode levar meses até a pessoa reconhecer o problema”, avalia.
As empresas precisam estar preparadas para enfrentar essas situações, para conseguir estabelecer um ambiente de trabalho saudável. “Muitas vezes, o trabalhador tem uma reação de ficar mais calado, introvertido, e tem até vergonha de expor aquilo que está passando”, diz o psiquiatra. “Todo mundo pode passar por isso um dia, então é muito importante que a empresa ofereça um ambiente adequado para poder enfrentar essas eventuais situações”, aponta.
A estudante de medicina Yara Camile Marques reconhece que a pressão da vida cotidiana ajuda a criar as condições para o adoecimento mental. “É comum as pessoas se cobrarem muito, temos muita pressão para produzir sempre e cada vez mais, e é difícil parar, desacelerar. Eu passei por isso nas férias, não consegui ficar parada, achava que precisava produzir mesmo no período de descanso. A rotina é estressante e, mesmo sabendo que esse estresse é um fator desencadeador de outros problemas sérios, como a síndrome de Burnout, não conseguia me desligar”, conta.
Cada indivíduo reage de uma forma à doença, às dificuldades vivenciadas no dia a dia, o que resulta na dificuldade em estabelecer um quadro preciso e o melhor tratamento. “A orientação é terapia e atividades físicas. Não basta apenas o uso de medicação, é preciso atenção à parte comportamental e ao estilo de vida do trabalhador para conseguir o melhor resultado”, conclui André Palmeira.
Fonte: Ascom-Alepa/Reportagem: Dina Santos- AID – Comunicação Social/Edição: Andreza Batalha – AID – Comunicação Social