Governo do Pará garante preservação da tradição bragantina e participa da 226ª Festividade de São Benedito
O governador Helder Barbalho participou da celebração em traje típico, mostrando apoio à tradição local
Hoje, a cidade de Bragança, na região dos Caetés, se encheu de cores, ritmos e fé durante a realização da 226ª Festividade do Glorioso São Benedito, uma celebração que atraiu milhares de devotos para reverenciar o santo conhecido por sua intercessão e proteção. O evento é marcado por uma programação repleta de cerimônias religiosas, danças tradicionais e a presença marcante da comunidade local.
Este ano, a festividade teve a participação do governador do estado, Helder Barbalho, que compareceu vestindo o traje típico dos marujos. Agradecimento pela intercessão divina e amizade bragantina.
Esta festa é religião e é cultura, preservação da história dos que construíram essa terra. Quero dizer da minha alegria de estar aqui por mais um ano, agradecendo São Benedito. Este ano, há alguns meses, eu tive um acidente aéreo, com meu filho Helder Filho, e os amigos daqui de Bragança fizeram essa promessa em agradecimento”, afirmou Helder Barbalho.
Veja no video, o que diz o governador.
A celebração começou cedo, com a realização do Terço e Novena a São Benedito às 7h, seguidos pela Santa Missa Solene no Largo de São Benedito. Às 9h30, o leilão beneficente atraiu a atenção dos presentes, contribuindo para a arrecadação de recursos destinados à manutenção da festividade. A preparação culminou em um almoço coletivo oferecido pelo Juiz da Festividade, criando um ambiente de confraternização entre os participantes. A grande procissão com a imagem do Glorioso São Benedito percorreu aproximadamente quatro quilômetros, encerrando-se com uma Missa Campal.
O ponto alto da festividade foi a apresentação da Marujada, uma dança tradicional que remonta ao final do século XVIII e é considerada um símbolo da resistência e da cultura afro-brasileira. Com trajes brancos e vermelhos, os participantes, sob a liderança da capitoa, desempenharam suas funções com maestria e devoção, encantando todos os presentes. O ritmo vibrante e os movimentos coordenados da dança atraíram olhares admirados, reforçando a importância da Marujada como patrimônio cultural.
A Marujada de São Benedito não é apenas uma festa religiosa, ela representa a identidade cultural da região, unindo gerações em torno de uma herança rica que inclui a culinária, a música e, especialmente, a dança. A origem da Marujada, vinculada à criação da Irmandade do Glorioso São Benedito em 1798, é de por escravos que buscavam permissão para celebrar e ressalta a resiliência e a busca por dignidade por parte da comunidade afrodescendente.
Com a presença de mais de 100 mil pessoas, a festividade deste ano atraiu um público diversificado, demonstrando a força e a relevância da Marujada na atualidade. A organização do evento envolveu diversas instituições locais, incluindo a Diocese de Bragança do Pará e a Irmandade da Marujada de São Benedito, que garantiram a preservação das tradições e a continuidade desta manifestação cultural.
Gente como seu Valdonilo de Sousa Miranda que trabalha como ajudante de pedreiro e hoje foi ao centro da cidade em devoção ao Glorioso São Benedito. “Hoje é o dia dele e nós vamos acompanhar andando e cantando. Somos muito gratos a ele”.
Além de ser um momento de fé e devoção, a Marujada se consolidou como um evento turístico importante, atraindo visitantes de diferentes regiões do Brasil. A dança, com seus ritmos contagiantes e expressões artísticas, se tornou um atrativo a mais para quem deseja conhecer a cultura paraense em sua essência.
A Marujada de São Benedito foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural do Brasil. A conquista representa não apenas um reconhecimento à importância da festividade, mas também um compromisso com a preservação das tradições que moldam a identidade local. “É patrimônio cultural”, afirmou dona Maria Pereira de Sousa, a Turismóloga reforçou que “o Pará é muito rico de história e nós temos que preservar a cultura, a história e a natureza, inclusive nesse ano de COP 30″, finalizou.
Por Ronan Frias (SECOM)
Fonte: Agência Pará