Enem PPL: 32% da População Carcerária Paraense Participa de Provas em Busca de Segunda Chance
Iniciativa da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) visa promover educação e ressocialização
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) reafirma seu compromisso com a educação e ressocialização, oferecendo suporte e incentivo aos internos aptos a realizarem as provas do Exame Nacional do Ensino Médio para Privados de Liberdade (Enem PPL), que iniciou nesta terça-feira, 10, em 51 unidades prisionais do Pará. Cerca de 32% da população carcerária estadual, um total de 5.017 internos, participam do certame. Destaque para os 231 egressos do sistema prisional que também terão oportunidade de ingressar no ensino superior por meio da prova.
A Seap disponibiliza um curso preparatório para o ENEM PPL dentro das unidades prisionais, dessa forma, os internos conseguem disponibilizar um horário específico para os estudos. Além disso, a remição de pena por aprovação no Enem também é garantida quando o custodiado consegue obter a nota mínima em cada área de aprendizado.
Para Válber Duarte, Diretor de Reinserção Social (DRS), afirma que o Governo do Estado segue investindo na preparação de qualidade para se obter uma aprovação maior e garantir oportunidade aos internos.
“Mais uma vez a gente consegue um número de inscritos maior da história. Mais de 5 mil pessoas se inscreveram para realizar a prova do Enem. Isso mostra o quanto o governo do Estado, através da Secretaria de Administração Penitenciária, tem realmente se esforçado para trazer uma transformação de vida para essas pessoas. Porque a gente sabe que realmente, sem a educação, as coisas se tornam muito mais difíceis. Se torna muito mais difícil a gente trazer uma reinserção, uma ressocialização na vida dessas pessoas. Então a gente entende, a Secretaria entende, o Governo do Estado entende que a educação é prioritária nesse processo”, disse.
As provas ocorrem nos dias 10 e 11 de dezembro, e de forma consecutiva a Secretaria tem registrado bons resultados dos internos, que demonstram o empenho e o trabalho realizado em prol da educação prisional paraense. A Seap espera que os resultados contribuam para a reintegração social e laboral dos participantes.
Um levantamento da Secretaria mostrou que de 2019 a 2024, houve um aumento de mais de 246%, o número de inscritos no Exame Nacional saltou de 1.446 para 5.017 pessoas privadas de liberdade. Um comparativo com o ano de 2023 mostra um aumento de 21% em relação a 2024.
Em 2024, as unidades prisionais com o maior número de inscritos são a Unidade de Custódia e Reinserção de Marituba I, Unidade de Reinserção de Regime Semiaberto de Santa Izabel do Pará e a Unidade de Custódia e Reinserção de Paragominas com, respectivamente 424, 410 e 305 inscritos.
Certame – O Enem PPL pretende avaliar o desempenho dos internos que concluíram o ensino médio seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), além disso, também contribui para a elevação da escolaridade dentro das unidades prisionais do Brasil. O Exame tem o mesmo formato e grau de dificuldade de avaliação do Exame tradicional, totalizando 180 questões objetivas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, além da redação.
As provas permitem o acesso ao ensino superior por meio de programas como Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e Programa Universidade Para Todos (Prouni).
O interno, Bruno Henrique Serrão, 31 anos, vê a prova do Enem PPL como uma alternativa para mudar de vida.
“Através da prova do ENEM, com uma nota boa, nós temos a probabilidade de cursamos uma faculdade. E a faculdade que eu pretendo cursar é a educação física, devido à atividade física, eu vejo também a educação física no mercado de trabalho como uma grande oportunidade, onde se tem mais oportunidade. Lá fora eu parei na oitava série, então aqui dentro do cárcere eu pude terminar o meu estudo e quando eu terminei o meu estudo, tive a oportunidade de ser monitor. Ficar na sala de aula, auxiliando os alunos, dando caneta, dando lápis, auxiliando os professores, isso é uma oportunidade que ganhamos, sendo monitor, ainda ganha a oportunidade de aprender ainda mais com os professores que vêm. É uma oportunidade que tive e eu agradeço”, disse o interno.
Texto: Yasmin Cavalcante
Por Caroline Rocha (SEAP)
Fonte: Agência Pará