Governo do Pará visita ecossistema de inovação de Florianópolis
Visita técnica do Governo do Estado auxiliará na criação do Centro de Bioeconomia do Pará
Uma comitiva do Governo do Pará visitou, nesta segunda-feira (9), o ecossistema de inovação de Florianópolis. A capital de Santa Catarina é reconhecida como um dos maiores centros de inovação do país, e a experiência de conhecer este trabalho ligado à economia e sustentabilidade auxiliará o Pará na criação de seu Centro de Bioeconomia – uma das obras de preparação para a COP 30, que será realizada em Belém no mês de novembro de 2025.
Participaram a visita a vice-governadora Hana Ghassan, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Raul Protázio, o secretário de Obras Públicas Ruy Cabral, o secretário de Ciência e Tecnologia Victor Dias, além de representantes da Vale e da Fundação Certi de Santa Catarina, uma instituição fundada em 1994 e que atua fomentando o desenvolvimento do ambiente de negócios ligado à inovação, tecnologia e sustentabilidade.
“Estamos aqui em Florianópolis, uma cidade reconhecida como um dos maiores hubs de inovação do Brasil, para conhecer de perto um laboratório-fábrica de biotecnologia. Essa experiência é muito importante para o desenvolvimento do nosso Parque de Bioeconomia que está em fase de implantação no Porto Futuro II”, disse a vice-governadora do Pará e presidente do Comitê Estadual da COP 30, Hana Ghassan.
Ao longo do dia a comitiva paraense pôde conhecer um pouco da experiência catarinense, que incentiva o crescimento de startups em polos de desenvolvimento de modo a facilitar a interação e troca de experiências – um ambiente de negócios que pode ser replicado no Porto Futuro II pelo potencial dos empreendimentos ligados à floresta no Estado do Pará, criando um ambiente compartilhado que fortalece a profissionalização, a pesquisa e o desenvolvimento, possibilitando a atração de empresas e mais investimentos para a região.
O Governo do Pará ainda visitou a Celta, primeira incubadora de empresas do Brasil, que recebe e avalia planos de negócios, oferecendo apoio para que eles possam crescer e se multiplicar.
A comitiva também conheceu o Labfaber, um laboratório-fábrica para desenvolvimento de produtos, processos de produção, testes e ensaios com o objetivo de fornecer soluções de inovações tecnológicas para o mercado, atuando em áreas como inteligência artificial, sistemas de inteligência e desenvolvimento sustentável.
Segundo Marcos Da-ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação Certi, este modelo de negócios tem tudo para dar certo no Estado do Pará. “Nós temos uma janela de oportunidade, há um movimento de empresas que querem fazer algo relacionado à região. A marca ‘Amazônia’ é muito forte”, explica. “O principal ponto não é pegar as soluções desenvolvidas aqui e transplantar para o contexto do Pará, mas sim se inspirar em como as dificuldades levaram à criação de soluções, e as dificuldades sim são parecidas”, destaca.
Para o secretário de Meio Ambiente Raul Protazio, o diferencial do Pará será a utilização de insumos típicos da região Norte. “No Pará iremos fazer uma estrutura similar, mas voltada para nosso DNA amazônico. Aqui em Florianópolis a incubadora desenvolve produtos de tecnologia, não queremos competir com isso. Nosso diferencial são os bioativos que temos na floresta, e por isso nosso potencial é do tamanho da Amazônia”, disse o secretário.
Sobre o Parque de Bioeconomia: o Parque Estadual de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, no Porto Futuro II, em Belém está previsto no Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio). o Parque é uma das principais obras estruturantes do Governo do Pará para a COP 30, no ano que vem, e contará com um laboratório-fábrica que será montado no antigo galpão 6 das Docas, além de um centro de negócios no galpão 5 para impulsionar o faturamento das empresas.
No plano de Bioeconomia também estão previstas outras iniciativas, como: Centro de Turismo de Base Local, o Observatório da Bioeconomia, o Centro de Cultura Alimentar e o Centro de Sociobioeconomia. Cada um desses componentes desempenha um papel específico na promoção de uma economia sustentável e na preservação do patrimônio natural e cultural da região.
A COP da Floresta: A COP de Belém será a primeira Conferência do Clima realizada no Brasil e na região amazônica e também a primeira na floresta. Representantes de 190 países vão viver uma experiência imersiva na Amazônia enquanto discutem acordos e buscam soluções para preservar este e outros biomas e povos ameaçados pelas mudanças climáticas.
Sediar a maior conferência climática do planeta é a oportunidade de o Brasil e o Pará, que detém o segundo maior território da Amazônia, serem protagonistas nas discussões mundiais sobre o meio ambiente e a sustentabilidade. A COP 30 será um marco com a revisão do Acordo de Paris, firmado em 2015, quando diversos países se comprometeram com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. Para a realização do evento em Belém, toda a organização está sendo alinhada com a UNFCCC, atendendo os interesses da organização e do Brasil.
Para sediar a COP 30 o Governo do Pará realiza cerca de 30 obras estruturantes para melhorar a mobilidade, o saneamento, promover o desenvolvimento urbano da Região Metropolitana de Belém e requalificar a estrutura turística da cidade, promovendo em parceria com a iniciativa privada a expansão da oferta de leitos e a capacitação da mão de obra que irá atender os participantes da COP durante a conferência.
Por Ingo Müller (SECOM)
Fonte: Agência Pará