Cultura

Centro Cultural Bienal das Amazônias expõe festas populares do Brasil

“Festas, Sambas e Outros Carnavais” faz uma viagem pelas festas brasileiras, com destaque aos singulares carnavais das águas e dos bois bumbá do Pará. Com abertura no dia 10 de outubro, a mostra também homenageia artistas e mestres da cultura popular, como Dona Onete, Pinduca e Mestre Damasceno, e terá programação cultural promovida pelo CCBA
Fechando o ciclo de exposições de 2024, o Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA) inaugura no dia 10 de outubro, como parte da programação do Cirio de Nazaré, a exposição “Festas, Sambas e Outros Carnavais”. A mostra foi idealizada pelo Museu do Pontal, do Rio de Janeiro, o principal espaço no Brasil para a guarda e celebração da criação dos artistas das camadas populares; e chega a Belém numa co-realização com a Bienal das Amazônias.
Foto: Divulgação
Com curadoria da antropóloga Angela Mascelani e do fotógrafo e pesquisador Lucas Van de Beuque, diretores do Museu do Pontal, a exposição traz a diversidade das festas brasileiras a partir do olhar de mais de 70 artistas, grande parte pertencentes ao acervo do museu, fazendo uma especial homenagem a artistas paraenses e às manifestações da cultura popular e do patrimônio imaterial do estado. A iniciativa conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura e, na área da música e performance, celebrará Mestre Damasceno, Dona Onete e Pinduca. O Carnaval trará três grandes ativadores culturais e artistas de máscaras: Mestre Vital, Ricardo Rodrigues dos Santos e Edgar Santana Garça. E, ainda, o falecido Mestre Nato. Na área de tradições curativas, estará presente a especialista em ervas Dona Coló.
“Esta exposição é significativa e traz um valor simbólico rico do campo de saber e práticas dos mestres fazedores de cultura e principalmente num diálogo com a cultura do Pará, em que a confluência de territórios se alia e fortalece vínculos de comunhão. O CCBA, numa perspectiva forte de coletividade, fortalece esses vínculos culturais, afetivos e artísticos”, salienta a Diretora de Projetos Especiais do CCBA, Vânia Leal.
Foto: Divulgação
A exposição, que em 2023 foi inaugurada no Sesc Casa Verde, em São Paulo, agora ocupará mais de 1000 metros quadrados do CCBA. “A proposta da exposição é abrir diálogos nos territórios aonde chega. Tendo sido pensada estruturalmente assim, em São Paulo dialogou com as escolas de samba e personalidades negras do esporte e da cultura do bairro da Casa Verde, considerada uma pequena África paulistana. Nesta nova edição homenageamos mestres da cultura popular e os singulares carnavais do Pará”, explica Angela Mascelani. “Estão lá o Carnaval das águas, que se espalha ao longo do baixo Tocantins, trazendo uma inovadora maneira de brincar e celebrar, completamente conectada ao modo e aos costumes da região; e o Carnaval dos bois bumbá da região de São Caetano de Odivelas”, acrescenta a curadora.
Com uma mostra individual estará a pintora Maria José Batista, autodidata, ganhadora do Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais em 2020 e do 8° Prêmio Artes Tomie Ohtake, em 2022. Maria José descobriu-se artista já adulta, em 1997, a partir das oficinas feitas no Curro Velho tendo como um de seus professores Mestre Nato.
“Com Maria José trazemos a perspectiva de uma artista conectada com seu território, que coloca em suas pinturas o mundo ao seu redor. Um de seus quadros produzido especialmente para a exposição é inspirado no Carnaval das Crias do Curro Velho, que sai da Praça Brasil, perto de sua casa no Telégrafo. Muitos retratados na tela têm nome e história, mas também há uma boa dose de imaginação”, conta o curador Lucas Van de Beuque.
Como em uma brincadeira do Carnaval das águas de Cametá, a exposição está organizada em ilhas temáticas que apresentam também festas do Nordeste brasileiro como Bumba meu boi, Cavalhada e Maracatu. Em cada ilha, esculturas e pinturas de mais de 70 artistas de 10 estados brasileiros são acompanhadas de textos de autores convidados conectados com essas festas e artistas, além de estímulos visuais, sonoros e cenográficos.
Foto: Divulgação
A partir do olhar de fotógrafos de diferentes gerações que se dedicaram a captar as festas por todo o Brasil é proposto um passeio que vai do Carnaval das águas à Sapucaí. Celebrando a vida ritual e festiva, a exposição contará com fotos dos paraenses Luiz Braga, Walda Marques, Guy Veloso e Luan Rodrigues e dos cariocas Walter Firmo e Ratão Diniz.
A inauguração da mostra na véspera do Círio de Nazaré tem um sentido especial. No centro da exposição, a ênfase estará na festa paraense e em outras mais tipicamente religiosas, como as Folia de reis e Reisado, as procissões e festas de santos, em que sobressaem os festejos de São Jorge, São Benedito, São Gonçalo, a lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim, celebrações a Iemanjá, ao Divino, a Nossa Senhora Aparecida e a Nossa Senhora do Rosário. Do Círio de Nazaré, um dos destaques serão os estandartes do artista paraense Mestre Nato.
Vânia Leal ressalta que desde o período colonial muitas festas brasileiras criam pontes simbólicas e têm sido algo significativo entre o mundo sagrado e o profano. Para ela, a exposição “Festas, Sambas e Outros Carnavais” apresenta essa perspectiva bem demarcada, que se alia à forma mais expressiva dessa relação que é o Círio de Nazaré, uma festa religiosa de proporção grandiosa e reconhecida entre as maiores do mundo. Ela detalha que o Cirio de Nazaré apresenta sequências de rituais, no decorrer de 15 dias em que se realiza, “um envolvimento coletivo para os devotos, visitantes e turistas na qual se realiza um polo de atração. Nesse contexto, as práticas devocionais, os variados eventos colocam em relação o sagrado e o profano, entre os quais se destacam a procissão e a corda, o arraial e o almoço/banquete do Círio. Esse movimento vai se estender nesta exposição, numa comunhão de emoção na qual a arte confirma a sociabilidade coletiva tão necessária a partir das festas”, analisa Vânia Leal.
 “O convite do CCBA para levar a itinerância da mostra “Festas, Sambas e Outros Carnavais” foi uma grande oportunidade para o Museu do Pontal chegar com seu importante acervo, pela primeira vez, à região Norte do país. Graças a esta parceria, o museu também pôde agregar novas pesquisas e artistas às suas coleções de arte brasileira”, explica Angela Mascelani.
Originalmente produzida pelo Sesc São Paulo para a inauguração da unidade Casa Verde, a exposição tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e recebe agora o apoio do CCBA. Ficará em cartaz até 22 de dezembro de 2024, com entrada gratuita e livre para todos os públicos.
Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA)
O CCBA, por meio da lei federal de incentivo à Cultura, tem o NU Bank, Shell e Instituto Cultural Vale como patrocinadores master e patrocínio do Mercado Livre.
Horário de funcionamento: Segunda e terça (fechado), quarta e quinta (9h às 17h), sexta e sábado (10h às 20h), domingos e feriados (10h às 15h). Última entrada sempre 1 hora antes do fechamento.
Obs.: Por conta do Círio, especialmente nos dias 12 e 13 de outubro o CCBA estará fechado.
https://www.bienalamazonias.org.br/
Fonte: Jambo Comunicação
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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing ,Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará.

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