Saúde em Belém: Ophir Loyola celebra 112 anos com investimentos do Governo do Estado
Obras, equipamentos e novos serviços marcam a história do hospital
Fundado em 1912 como Instituto de Assistência e Proteção à Infância do Pará, o Hospital Ophir Loyola (HOL) celebra 112 anos neste domingo, 6. A autarquia pública estadual centenária passou por diversas mudanças ao longo dos anos até ser certificado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e Hospital de Ensino (HE) pelo Ministério da Saúde (MS). Credenciou-se ainda como referência em neurocirurgia, neurologia e transplantes de rim, córnea e, recentemente, medula óssea, especialidade que somam mais de 1,2 milhão de atendimentos ao ano.
O Hospital atende demanda encaminhada pela rede básica, ambulatorial e hospitalar, dos 144 municípios paraenses, destinando 100% de sua capacidade instalada para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Desde 2019, a instituição passa por um processo de melhorias de processos de gestão, reconstrução e modernização da estrutura física e do parque tecnológico com investimentos do governo do Estado para qualificar a prestação de serviços médico-hospitalares.
Conforme explica o diretor-geral, Dr. Jaques Neves, as obras de ampliação, os planos de ação, a adesão de novos serviços, a contratação de profissionais, a aquisição de novos equipamentos e o aumento da captação de recursos contribuíram para o desenvolvimento das atividades hospitalares. “Desenvolvemos um modelo de gestão alinhado às melhores práticas, padrões de trabalho e políticas públicas do SUS. As ações estratégicas em andamento buscam melhorar o desempenho institucional com o intuito de garantir uma assistência digna, cada vez mais especializada e humana aos nossos pacientes”, destacou.
Foto: DivulgaçãoOs investimentos não param de crescer com uma gama de recursos orçamentários destinados ao atendimento dos pacientes. Hoje, o Ophir Loyola é um dos mais bem equipados hospitais do Pará. Mesmo com as dificuldades em promover a reestruturação de um hospital em pleno funcionamento, a gestão estadual já entregou novos espaços equipados e deve entregar novos ambientes aprimorados nos próximos meses.
Uma das importantes mudanças se concretizou com a expansão dos horários de consultas das 6h30 até às 19h, de segunda a sexta, e a criação do Call Center conseguiu extinguir a fila que se estendia pela Travessa 14 de abril. A terceirização de alguns serviços, como a Física Médica, contratação de empresa de telerradiologia e de empresas especializadas na prestação de serviços laboratoriais e de imagem garante mais comodidade e celeridade no fluxo de atendimento dos pacientes.
O Hospital conta com 251 leitos (clínicos e cirúrgicos), sendo 48 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Somente de 2019 a julho deste ano, já foram realizadas 17.424 cirurgias, 34.350 consultas de radioterapia, 144.142 sessões de quimioterapia, 67.380 sessões de hemodiálise, 801.007 atendimentos de urgência e emergência, 1.502.894 consultas médicas especializadas, 3.497.166 exames laboratoriais e 200.753 exames de imagem, 25.593 internações, 23.021 casos novos de câncer 4.429 atendimentos domiciliares.
Obras entregues – Importantes obras foram realizadas no Hospital no período de 2019 a 2024, que recebeu uma nova sala de hemodinâmica equipada com novo angiógrafo. Também construída uma Unidade de Terapia Intensiva com 19 leitos e com as reformas e adaptações das UTIs 1, 2 e 3, disponibilizou 48 leitos de cuidados intensivos. Da mesma maneira, ocorreram as reformas da sala de pequenas cirurgias e da sala de raios-x com substituição do fixo, sala de exame da endoscopia com a instalação de equipamentos de alta tecnologia, resolução e cromoscopia digital.
A reconstrução de todo telhado de 9.000 m² sanou infiltrações em todo o complexo hospitalar, assim como a recuperação da rede de coluna hidrossanitária do prédio de sete andares e enfermarias especializadas. Além disso, foram entregues nova fachada, recepção, refeitório e o auditório Luiz Geolás. O Centro Cirúrgico foi totalmente reconstruído com sete salas cirúrgicas, sala de recuperação pós-anestésica, áreas técnicas, sistemas médicos e instalações elétricas para garantir procedimentos complexos mais seguros.
Um marco na saúde pública estadual foi o 1º Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do Norte do Brasil, com 31 novos leitos para ofertar cuidado humanizado aos pacientes com câncer em progressão. E, no último mês de setembro, foi entregue o Serviço de Radioterapia com dois modelos de aceleradores lineares de partículas HalcyonTM – Varian e o 4º modelo do novo tomossimulador modelo Go.Sim – Siemens (aparelho necessário para realizar as tomografias de planejamento) do País. A unidade hospitalar agora conta com a Unidade Administrativa Dr. Eugênio Soares
Foto: DivulgaçãoOs pacientes também já contam com um novo Laboratório de Análises Clínicas com serviços de excelência com tecnologia de ponta. Para isso, utiliza equipamentos modernos e eficientes que permitem a realização dos mais de 70 mil exames laboratoriais mensais. Em anos anteriores já foram entregues as obras de reformas e adequação da fachada do hospital, recepção, centro cirúrgico, auditório e refeitório, hemodinâmica, unidades de terapia intensiva.
“Conforme o nosso planejamento, muitas ações administrativas foram concluídas e outras seguem em andamento no sentido de promover a modernização da estrutura física e do parque tecnológico, a otimização dos serviços e a oferta de novas tecnologias para o tratamento do câncer e doenças correlatas ao perfil assistencial, assim como para promover o ensino e pesquisa”, afirmou a coordenadora da Assessoria de Planejamento Estratégico, Rose Lima.
Novos procedimentos ampliaram o acesso à população
Garantir um cuidado integral aos usuários e ampliar a assistência na Atenção Terciária é uma das premissas do Sistema Único de Saúde. A implantação de novos serviços no Ophir Loyola contribuiu para um atendimento mais equitativo e abrangente na saúde pública. No decorrer da história da instituição, tais serviços foram modificados, reestruturados e adequados às necessidades dos pacientes e ao novo perfil do hospital: a média e alta complexidade.
O Serviço de Transplante Renal foi implantado em agosto de 1999 e teve como paciente a enfermeira Valdirene Miranda, de 28 anos à época. Em 2000, o HOL foi pioneiro em todo o Norte do Brasil a realizar transplante com doador falecido, aumentando as expectativas de crescimento do número de cirurgias e dando novas esperanças aos pacientes.
Atualmente, Valdirene, 53 anos, trabalha, está casada e é mãe de uma filha de 15 anos e segue com rim recebido do irmão Luciano há 25 anos. Mas ainda recorda que os sintomas de doença renal surgiram logo após concluir a faculdade. Segundo ela, tudo foi muito rápido, do diagnóstico e apenas quatro meses e meio em hemodiálise até passar pelo procedimento.
“Eu nunca me descuidei da alimentação e das atividades físicas para preservar o rim que me foi doado e me tirou da dependência de uma máquina. Hoje, eu levanto a bandeira do SUS, sistema que financia tratamentos de alto custo e que me deu a oportunidade de viver com qualidade de vida. Sou muito grata ao hospital, à equipe de transplante, ao meu irmão, familiares e amigos por todo o apoio recebido”.
Foto: DivulgaçãoO Hospital também é vanguardista desde 2018 em transplantes de córneas na rede pública do Pará e realizou o primeiro transplante de medula óssea (TMO) pelo SUS na Região Norte em 2023. No total, a instituição já realizou 1.080 transplantes, sendo 764 de rim, 308 de córnea e 10 de medula óssea. A atleta Sandra Faustino, de 52 anos, foi submetida ao 1º procedimento de TMO, no qual a medula do próprio paciente é utilizada no tratamento, e hoje consegue ter qualidade de vida e retornar, aos poucos, ao ciclismo, esporte no qual se dedicou por mais de três décadas.
“A experiência é nova, mas graças a Deus e à equipe que cuidou de mim, estou muito bem. Voltei a trabalhar como assistente administrativa e a pedalar que é a minha paixão. Estou liberada para voltar a competir, mas com muita atenção e cuidado. Já comecei a fazer academia e a fazer treinos mais leves. Estou contente e espero que assim como fui beneficiada sem precisar sair da minha cidade, muitas outras pessoas possam passar pelo transplante e ter uma nova esperança”, disse Sandra.
Fonte: Agência Pará