Festival do Chocolate movimenta R$ 7 milhões em vendas e acordos diretos, realizados na feira, com destaque para os pequenos negócios
Sebrae no Pará foi um dos parceiros do evento, que atraiu mais de 132 mil pessoas em quatro dias de programação, beneficiando principalmente dos pequenos negócios
O Festival Internacional do Chocolate e do Cacau de Altamira – Chocolat Xingu acabou no último domingo (16), com excelentes resultados para fortalecer o município e a região como grandes produtores do fruto. Durante quatro dias de evento, cerca de 132 mil pessoas participaram do festival, cerca de 12 mil a mais que no ano passado, segundo balanço feito pela prefeitura municipal.
De acordo com as projeções da prefeitura, o evento movimentou cerca de R$ 27 milhões na economia local, sendo R$ 20 milhões no comércio de Altamira, somando o faturamento de hotéis, restaurantes, bares e serviços ligados ao turismo, e outros R$ 7 milhões em vendas e acordos diretos, realizados na feira, com destaque para os pequenos negócios.
Um dos produtos agrícolas mais rentáveis do país, o cacau também impacta positivamente na economia de Altamira durante o ano inteiro. A produção anual do município mais extenso do Brasil gira em torno de seis mil toneladas.
Detentor do maior faturamento de sua região, Altamira é considerado polo cacaueiro e, juntamente com os municípios vizinhos de Medicilândia (55.900 toneladas), Uruará (17.100 toneladas), Anapu (12.150 toneladas), Placas (10.000 toneladas) e Brasil Novo (7.230 toneladas), ajuda a manter o Pará na liderança do ranking nacional de produtores de cacau, sendo responsável por 55% da produção nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
A produção sustentável e COP 30
Em Altamira e região, o cacau já é considerado um dos pilares da bioeconomia, contribuindo para gerar renda por meio de um modelo econômico sustentável e que ajuda na preservação da biodiversidade amazônica.
A empreendedora Jiovana Lunelli, da Cacau Xingu, oferece uma variedade de chocolates, como o chocolate de babaçu. Ela destaca que a produção do Xingu é diferenciada, e se orgulha em ser produtora orgânica. “Produzimos um chocolate com um cacau orgânico, certificado no sistema de agrofloresta sustentável, e me orgulho muito em dizer que sou produtora orgânica. Eu não vendo só o chocolate, vendo uma ideia”, reforçou.
“A cacauicultura está em consonância com as temáticas discutidas pela COP 30 por ser uma produção com baixa emissão de gases de efeito estufa e de geração de renda local”, destacou o coordenador do Núcleo COP 30 do Sebrae no Pará, Renato Coelho. Durante o Chocolat Xingu, ele ministrou a palestra “A cacauicultora e a COP 30” para produtores e empreendedores da região.
Segundo o representante do Sebrae, a visibilidade gerada pela COP 30 no Pará pode gerar oportunidades para outras regiões do estado, como o Xingu, que tem o chocolate como um dos atrativos turísticos.
–Festival do Chocolate
O Chocolat Xingu foi realizado de 13 a 16 de junho, no Centro de Eventos Vilmar Soares, em Altamira. Na programação, havia aulas de gastronomia, palestras, workshops, shows. No local, foi momntado um espaço chamado ‘Rota Turística do Cacau ao Chocolate’ e uma escultura de chocolate com quase dois metros de comprimento, feita pelo chef Léo Vilela e suas assistentes, Tayame Letícia e Jennifer Labres.
Na feira de negócios, mais de 200 estandes de marcas de Altamira e outros municípios, como Brasil Novo, Medicilândia, Vitória do Xingu, Pacajá, Belém, Santarém, Cametá e Novo Repartimento, expuseram e comercializaram seus produtos e serviços.
A feira também abriu espaço para 140 produtores da região sudoeste e de outros municípios do estado, como Barcarena e Igarapé-Miri. Este último, inclusive, levou um dos títulos de melhor chocolate do Pará, concurso promovido dentro do evento. Brasil Novo e Vitória do Xingu também foram premiados.
Além disso, ocorreram premiações durante o evento que contemplaram categorias como melhores chocolates, melhores amêndoas e melhores sobremesas do circuito gastronômico.
Com a participação de seis empreendimentos, o estande do Sustenta e Inova, programa do Sebrae que desenvolve práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras, foi um dos destaques.
Uma dessas produtoras era Rosângela Ozawa, da Chocolate Ozawa. Segundo a empreendedora, a marca de chocolate existe há cinco meses e foi lançada oficialmente no festival. “É a primeira feira que participo e está sendo um divisor de águas, muito conhecimento e troca de informação”, revelou.
O evento teve o patrocínio do Sebrae/PA e foi uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e da Prefeitura Municipal de Altamira.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias Pará