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Pará celebra Dia Mundial da Biodiversidade com avanços na Bioeconomia

PlanBio se centra no patrimônio natural e cultural do Estado ao investir em ações e programas de fomento ao desenvolvimento econômico de baixas emissões

Nesta quarta-feira, 22, Dia Mundial da Biodiversidade, o Estado do Pará celebra os avanços na preservação do seu vasto patrimônio natural e no desenvolvimento de uma economia que além de sustentável, é também inclusiva.

Por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o Pará lidera esforços inovadores através do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), juntamente com outras 17 instituições estaduais, que tem na sociobiodiversidade do Estado em um motor de desenvolvimento socioeconômico de baixas emissões.

Lançado há um ano, o PlanBio já implementou ou segue em andamento com 48% das 92 ações previstas, promovendo soluções baseadas na natureza e com foco em três eixos estratégicos: cadeias produtivas e negócios sustentáveis; patrimônio cultural e genético; e pesquisa, desenvolvimento e inovação. Estas iniciativas valorizam o conhecimento tradicional que há milênios conserva a floresta, aliando-o à tecnologia moderna.

Foto: Ag. Pará

Com mais de R$ 34 milhões já investidos, o Planbio já apoia 275 bionegócios. Um destes empreendimentos é um exemplo do potencial da biodiversidade paraense. No município de Acará, nordeste do Estado, um projeto-piloto desenvolvido pela empresa Manioca, com apoio do PlanBio e em parceria com a Cooperação Técnica Alemã (GIZ), fortalece a agricultura familiar e promove a sustentabilidade na região. Paulo Reis, co-fundador da Manioca, destaca a importância do apoio do Governo do Estado. “O apoio do Governo do Estado, por meio da Semas, tem sido crucial para a gente superar desafios e garantir uma base sólida para trabalhar em busca do sucesso do plantio da mandioca amarela. Esse suporte é vital para as comunidades produtoras, que enfrentam dificuldades financeiras no início do cultivo”.

Para transformar o atual cenário econômico do Estado para um modelo de baixas emissões e valorização do conhecimento tradicional, o PlanBio se baseia em três eixos estratégicos: fomento a cadeias produtivas, que conciliam desenvolvimento econômico com a preservação ambiental com produção de bioprodutos, manejo florestal sustentável e agricultura familiar; reconhecimento e valorização da cultura e do conhecimento tradicional das comunidades locais, com proteção da biodiversidade e do patrimônio genético do estado; além do apoio à pesquisa científica e tecnológica para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios da bioeconomia.

Foto: Ag. Pará

O projeto da Manioca atende estas diretrizes ao beneficiar os pequenos agricultores locais e a produção sustentável da mandioca ao investir em pesquisa e agregar valor com a verticalização de sua produção. “Transformar a mandioca em produtos com alto valor agregado é fundamental para equilibrar a vocação do Estado e diminuir a exportação de matérias-primas. Produtos feitos a partir da mandioca, como o tucupi amarelo e o tucupi preto, chegam a 12 países, incluindo países da Europa e os Estados Unidos, agregando mais valor à nossa bioeconomia”, afirma Paulo Reis.

Caminho sustentável – O PlanBio é um marco na estratégia do Pará para uma transição socioeconômica para matrizes de baixas emissões de gases do efeito estufa (GEE) com base no desenvolvimento da bioeconomia. O plano já beneficia 68 mil pessoas e já realizou 12 marketplaces de bioprodutos da Amazônia, promovendo a diversidade de produtos sustentáveis e aumentando a renda de mais de mil famílias.

Sob coordenação da Semas, as ações do Plano de Bioeconomia são executadas pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Banco do Estado do Pará (Banpará) e Fundação de Amparo a Estudos e Pesquisa (Fapespa) e outras instituições que construíram o plano multissetorial. 

Foto: Ag. Pará

Parque de Bioeconomia – O PlanBio também se destaca pelo foco em inovação e pesquisa aplicada. A construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia é uma das principais entregas do Governo do Estado para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorre em Belém no próximo ano. “Com a implementação do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, previsto como o principal projeto estruturante do Plano Estadual de Bioeconomia, o objetivo do governo do Estado é acelerar a transição da economia paraense para um modelo de baixas emissões de carbono. Com uma série de empreendimentos planejados, e já com as obras em andamento, o Parque visa impulsionar a agenda de soluções baseadas na economia verde”, afirma Mauro O’ de Almeida, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.

O Parque de Bioeconomia e Inovação abrange várias iniciativas significativas, entre elas a Escola de Saberes da Floresta, um Centro de Turismo de Base Local, o Centro de Inovação em Bioeconomia, o Observatório da Bioeconomia, o Centro de Gastronomia e o Centro de Biotecnologia. Para aprimorar o projeto, o titular da Semas liderou visitas técnicas às equipes da Semas nos estados da Bahia e de Pernambuco. Esses estados abrigam projetos bem-sucedidos, como o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), o Parque Tecnológico Porto Digital e a Escola de Inovação Cesar School, em Recife (PE), além do Centro de Inovação do Cacau e a Biofábrica, em Ilhéus, na Bahia.

“O PlanBio é uma prioridade do Estado, conforme determinação do governador Helder Barbalho. Estamos concentrados nos resultados que o plano, pioneiro no Brasil, já está trazendo. O Parque de Bioeconomia, que será um dos destaques na COP 30 no próximo ano, é um alvo estratégico para incorporarmos tecnologias que ampliem e potencializem seus resultados, baseando-nos em bons exemplos encontrados no Brasil, respeitando as particularidades do nosso estado e da Amazônia,” explica Mauro O’de Almeida.

Desta forma, o Pará reafirma seu compromisso com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no Dia Mundial da Biodiversidade. “O PlanBio demonstra que a bioeconomia é um caminho viável para o desenvolvimento do Pará, gerando benefícios para o meio ambiente, para as comunidades locais e para a economia do estado. Nada mais apropriado para marcar o Dia Mundial da Biodiversidade do que comemorar os avanços do PlanBio”, conclui Mauro O’de Almeida.

Foto: Ag. Pará

Potencial da Bioeconomia – A bioeconomia é um setor emergente que promove o desenvolvimento sustentável a partir de atividades de baixa emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). A bioeconomia emprega tecnologias inovadoras para desenvolver uma ampla gama de produtos de base florestal.

O Brasil, com cerca de 20% da biodiversidade global, tem um potencial significativo para liderar a bioeconomia. Segundo a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o setor de biotecnologia industrial pode adicionar aproximadamente US$ 53 bilhões anuais à economia brasileira e gerar cerca de 217 mil empregos qualificados nos próximos 20 anos, exigindo um investimento de cerca de US$ 132 bilhões.

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