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Juruti recebe caravana da educação sobre Monilíase, doença provocada por fungo

Ação de educação sanitária da Adepará e Ministério da Agricultura quer formar multiplicadores para combate ao fungo que afeta o cacau e o cupuaçu

A formação de multiplicadores responsáveis em disseminar as informações sobre a monilíase é a melhor forma de prevenção contra a doença, que ataca os frutos do cacau e do cupuaçu. Com a finalidade de capacitar os técnicos e também por ser uma rota de risco para a doença, o município de Juruti, na região do Baixo Amazonas, está recebendo durante toda esta semana a “Caravana da Educação – Monilíase: É preciso conhecer para combater!”, ação educativa da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a  Prefeitura de Municipal de Juruti.

Foto: Divulgação

Voltado para servidores  públicos, estudantes, produtores rurais e população em geral, o evento foi aberto, na segunda-feira (20), no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental Elza Albuquerque de Lima, com a presença de autoridades municipais, entre elas, a prefeita de Juruti, Lucidia Batista.

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O diretor geral da Adepará, Jamir Macedo, destaca o investimento realizado na capacitação do corpo técnico da Agência de Defesa para melhorar o atendimento ao produtor e garantir a sanidade dos cultivos agrícolas, sobretudo os que geram impacto econômico e social, como o cacau.

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“Neste evento, nós mobilizamos vários fiscais e agentes agropecuários de diversas regiões do Estado. Trouxemos equipes que atuam especificamente nos programas de sanidade vegetal do cacau com o intuito de fornecer maior qualificação técnica para os nossos técnicos para que eles possam atuar com eficiência, mantendo os nossos principais cultivos agrícolas livrs de pragas”, afirmou Jamir Macedo.

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Na solenidade, a rede de parceiros que envolve todas as principais instituições que atuam na defesa vegetal e assistência rural, além das secretarias municipais de Juruti, reforçaram a necessidade de investir na qualificação de profissionais e multiplicadores para que eles possam utilizar as ferramentas de educação sanitária na prevenção à doença, aumentando assim o alcance das informações e a eficiência das ações.

Foto: Divulgação

A diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará explica que as rotas de risco foram mapeadas pela Agência e que esse trabalho foi fundamental para a execução das ações de fiscalização de trânsito e educação fitossanitária, que contribuem para a prevenção da doença no território paraense.

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“O município de Juruti é o primeiro porto da rota de risco fluvial entre os estados do Amazonas e Pará, essa é uma das motivações para a realização dessa Caravana, que deverá preparar a comunidade local para identificar suspeitas e notificar os órgãos competentes, assim como proceder orientações das medidas de biossegurança e orientar sobre o trânsito de cacau, cupuaçu e seus materiais vegetativos, alertando para o fato de estarmos em um município limítrofe com o Amazonas, Estado que já possuí a presença da praga Monilíase”, ressaltou a diretora.

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A programação da Caravana iniciou com a interação dos participantes seguida da Roda de Conversa  “Introdução à Educação Sanitária: o Proesa, o papel do técnico educador e as estratégias de comunicação assertiva”, conduzida por Juliana Amaral, do Serviço de Educação Sanitária, do Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária (Proesa) do Ministério da Agricultura. Em seguida, os participantes acompanharam a palestra de Paulo Albuquerque, diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac),que abordou identificação, sintomas, controle e cuidados com a monilíase. 

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Segundo Paulo Albuquerque, a ação de educação sanitária é a base da prevenção. “Quer seja no sentido de evitar a entrada, que é o que nós estamos fazendo hoje, quer seja no sentido de após a entrada, facilitando os trabalhos de contenção. Sem o conhecimento da sociedade como um todo, dificilmente nós vamos evitar ou conviver com essa doença uma vez que ela entre no território paraense. Então, é o elemento básico de todas as ações que vão ser e que estão sendo executadas em relação à monilíase”, enfatizou o diretor da Ceplac.

Foto: Divulgação

À tarde, houve dinâmicas de grupo e um bingo educativo com grande participação dos técnicos que estão em contato direto com os produtores rurais nas ações de campo e serão responsáveis por disseminar as informações sobre a praga.

Esta é a segunda vez que a Caravana da Monilíase é realizada no Pará. Em 2023, as ações de educação sanitária foram realizadas no município de Tomé Açu, que possui grande atividade cacaueira. Desta vez, a ação chega a uma região com grande potencial de expansão da cacauicultura, ressalta o professor Renan Navroski, do curso de agronomia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), que este ano formou a segunda turma de agrônomos no campus de Juruti.

“Capacitar os produtores e despertar neles esse interesse pela cultura, que é rentável, além de fornecer mão de obra técnica, no caso os nossos estudantes que se formam todo ano, e tendo já esse conhecimento prévio da questão fitossanitária, é a melhor maneira de começar. Então, a gente vê isso como uma oportunidade diferente de outras regiões que já têm a cultura de uma maneira tradicional”, disse.

Foto: Divulgação

A programação prossegue nesta terça-feira com ações de nivelamento voltada para os técnicos e ainda serão realizadas durante a semana atividades com estudantes, produtores rurais e agentes comunitários. Uma mobilização fundamental para proteger o território paraense da praga que pode impactar a cultura do cacau e do cupuaçu. 

Foto: Divulgação

“Juruti é um ponto de ingresso de vários produtos, de vários materiais que se constituem um risco para o cacau não só de Juruti, mas para as outras regiões vizinhas. Então, é importante que a comunidade entenda o risco de trazer esses materiais, o risco de  comprar, por exemplo, mudas, sem a devida certificação. E é importante que a comunidade saiba também o que é a doença, o que é a monilíase e entenda como é que se faz para prevenir a entrada dela. Parte da percepção de que se a gente não tiver a comunidade junto, fica muito mais difícil prevenir o ingresso dessa doença aqui”, disse Milton Leite, auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, que atua na área de sanidade vegetal da Superintendência Federal no Pará.

Foto: Divulgação/Parceria

O Ministério da Agricultura atua no evento por meio do Serviço de Educação Sanitária, gestor do Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária (Proesa), que promove caravanas pelo País em busca de saúde e sustentabilidade ambiental. Já a Adepará atua por meio das gerências de educação sanitária, de pragas quarentenárias e de importância econômica e da epidemiologia vegetal. 

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