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Inteligência Artificial e assédio, ameaças do presente e do futuro

 O uso da Inteligência Artificial para atividades do Fisco ainda não é uma ameaça ao trabalhador, na avaliação de Jorge Jambeiro, auditor da Receita Federal, um dos palestrantes do Painel que discutiu “O Presente e o Futuro do Trabalho”. Ele acredita que no futuro existe a grande probabilidade disso acontecer, mas no momento as experiências com IA têm auxiliado a prestação de serviço, como o Sistema de Seleção Aduaneira por Aprendizado de Máquina (Sisam).

O painel reuniu Jambeiro, a jornalista Lúcia Leão e a advogada Natasha Vasconcelos, sendo mediado pela fiscal de receitas estaduais, Naíma Anjos. Jambeiro e Lúcia exploraram os impactos da IA para o mundo do trabalho, enquanto Natasha abordou o assédio em ambiente de trabalho.

Jambeiro apresentou algumas experiências da IA na Receita Federal, uma trajetória que evoluiu do Siscomex, portal do governo federal para registro, monitoramento e controle de exportação, ao Sisam, sistema criado por ele a partir de 2010 para calcular a probabilidade de erro na declaração de Aduana.

Para ele, a IA permitirá que, cada vez mais as pessoas possam executar mais ações, mas a substituição da mão-de-obra ainda é pensada como uma possibilidade do futuro. Na avaliação dele, a criatividade inerente ao ser humano é um diferencial não alcançado pelos robôs.

Por outro lado, numa perspectiva de futuro, a IA é vista como ameaça por causa das atividades que pode desempenhar sem gerar o custo que é próprio do ser humano. “Não tem nada para o robô que seja chato demais, humilhante demais”, observa ele.

“Oitocentos milhões de empregos vão sumir até 2030 por causa da IA generativa”, alerta Lúcia Leão, que discordou de Jambeiro quanto ao ritmo da ameaça representada pela IA generativa, considerada mais agressiva que a IA simples porque enquanto esta facilita serviços (a melhor rota de trânsito, por exemplo), a outra utiliza recursos para imitar sentimentos, assumindo o papel do homem.

 Lúcia acredita que já vivemos experiências ameaçadoras. A jornalista citou o caso de rádios estatais da China que funcionam inteiramente com o gerenciamento feito por IA, sem nenhuma mão-de-obra humana. Ela aponta o surgimento da IA generativa como ameaça real que precisa ser discutida e enfrentada. “Nós não podemos deixar o protagonismo do que está acontecendo no mundo para a IA”, alerta.

Assédio é ameaça do presente e precisa ser visibilizada

A advogada Natasha Vasconcelos, integrante da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e Discriminação do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, apresentou para a plateia dados estatísticos que apontam o assédio, tanto moral quanto sexual em ambiente de trabalho e as doenças causadas pela chamada “Sociedade do Cansaço” (pessoas adoecidas pelo excesso de cobranças). Os números foram usados na perspectiva de mostrar o problema que, na avaliação dela, precisa ser mais visibilizado.

Natasha apresentou dados do Conselho Nacional de Justiça, de 2023, que indicam a escalada de ocorrências de assédio ou discriminação no ambiente dos órgãos de Justiça, entre 2006 e 2022. A série histórica demonstra que, em 2023, 74,9% dos agressores eram superiores hierárquicos do denunciante.

Sob o ponto de vista do excesso de exigências, dados trazidos pela advogada que estão de pesquisa apresentada no 38 Encontro Nacional de Auditores Fiscais do Trabalho (Enafit), elaborada por Paloma Freitas, Odete Reis e Simone Holmes, revelam que de 967 auditores que responderam à pesquisa, 63,6% disseram sofrer distúrbios do sono, 27,4% depressão e 26,1% transtorno de ansiedade generalizada.

A advogada provocou a plateia a refletir sobre situações vividas no ambiente de trabalho que geram o assédio e sobre experiências recentes de órgãos para combater o problema, como a Portaria do Tribunal de Contas da União que estabelece uma política de prevenção.

Ela também destacou a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará implementar a Comissão de Prevenção à Discriminação e ao Assédio em 2020. “Não foi fácil, mas esse desafio possibilitou trabalhar essa temática dentro de todas as outras instituições que eu atuo. A gente começou a discutir esse assunto de forma normativa, de forma institucional (assédio), a partir desse ano (2020)”, contou.

Contestando falas que negam os problemas, ela enfatiza que “não é uma moda. O racismo é um problema social que existe há muito tempo e que a gente precisa dar visibilidade em nosso ambiente de trabalho.

Fonte: Jambo Soluções e Comunicação / Por: Luana Vidal – Assessoria

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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

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