Governo do Estado abre oficialmente a última campanha de vacinação contra a febre aftosa em Marabá
Após o reconhecimento nacional de área livre de aftosa sem vacinação, Pará realiza última campanha contra a doença e se prepara para conquistar novos mercados
O governador Helder Barbalho abriu oficialmente, nesta terça, 02, a última campanha de vacinação contra a febre aftosa no Pará, durante agenda de compromissos em Marabá, município que possui o 5º maior rebanho do País e o 3o do Estado com mais de 1 milhão e 300 mil animais.
No Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá, o governador falou para uma plateia formada por produtores rurais da região e depois vacinou bovinos no curral do parque de exposição, num gesto que marca a importância desta que será a última imunização contra a doença no Estado.
No evento, o governador parabenizou tanto produtores rurais quanto médicos veterinários da Adepará que se empenharam para o último ciclo de vacinação contra a aftosa no Estado.
“Estamos aqui no Parque de Exposição de Marabá realizando este ato, pelo simbolismo que este lugar representa. O setor produtivo tem o seu destaque, porque se hoje o Estado está iniciando sua último ciclo de vacinação, é porque houve por parte do produtor rural a compreensão da importância deste movimento e a adesão ao processo de investimento da sanidade animal para que pudéssemos chegar a este estágio, quando o Pará alcança um outro nível, um nível de credibilidade da qualidade de seu produto, que consequentemente se apresenta como habilitado para novos mercados. Agradeço, como governador do Estado, pois estamos falando aqui de uma das principais rotações econômicas, parabenizo todos os produtores rurais”
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARA) nesta última campanha serão vacinados bovinos e bubalinos de todas as idades no Estado, com exceção do arquipélago do Marajó.
A campanha, que era realizada no mês de maio, foi antecipada para que o Pará possa dar prosseguimento ao Plano Estratégico de retirada da vacina e sua substituição por ações que irão subsidiar a manutenção do status sanitário.
Até o dia 30 de abril, o produtor ainda precisa vacinar os animais e tem até o dia 15 de maio para comprovar a vacinação do rebanho, procurando uma unidade da Adepará do seu município. Esses prazos não serão prorrogados.
O diretor geral da Adepará, Jamir Macedo, destacou a parceria entre Adepará e produtores para o sucesso das campanhas de vacinação e de todas as conquistas que o setor vem alcançando nos últimos anos. “Esse é um trabalho de parceria entre a Adepará e o produtor rural, que é extremamente consciente, extremamente dedicado com a sua propriedade. Já conquistamos a zona livre de aftosa com reconhecimento nacional, agora vamos pleitear o reconhecimento internacional. É Pará cada vez mais trabalhando forte para que sua produção pujante possa gerar mais empregos e renda para nosso povo”.
Marabá foi escolhida para sediar o evento por integrar a região que deu início a vacinação contra a aftosa, destacou Josino Santos, diretor de defesa e inspeção animal da Adepará.
“O município de Marabá era a região com um dos maiores rebanhos na época e era o polo da pecuária regional, sendo a primeira região do Estado que alcançou o status de área livre de aftosa com vacinação em 2007”.
Servidores como Geraldo Jota, gerente regional da Adepará em Marabá, disse que o momento é histórico para a região onde a pecuária surgiu na década de 1970 com os primeiros imigrantes vindos do sul do país, trazendo os primeiros bovinos.
“É um grande marco, uma grande conquista , a capital do boi gordo, onde é forte a pecuária e onde o produtor rural que sempre vacinou seu gado todo ano para chegar nesse estágio e também aos nossos servidores da Adepará que sempre tiveram ali no campo trabalhando junto com o produtor através da defesa agropecuária e também na fiscalização”.
Defesa Animal – O intenso trabalho de defesa animal realizado pela ADEPARÁ culminou este ano com a conquista do novo status sanitário nacional de zona livre da doença sem vacinação. Com a retirada da vacinação obrigatória, o produtor irá reduzir os custos com a compra de vacina e a produção de carne deve conquistar novos mercados, mais exigentes.
“Com esse pleito de retirada da vacina, começamos a executar ações que nos não executávamos antes. A vigilância baseada em risco, o mapeamento das propriedades de risco e a inspeções clínicas dos animais. Há muitas ações que vamos comecar a executar e outras que vamos continuar mantendo. Agora, é seguir com o plano estratégico a fim de manter o status conquistado”, disse George Santos , fiscal agropecuário e gerente do programa estadual de erradicação da febre aftosa.
Novo status sanitário – Estado com maior rebanho do País, mais de 26 milhões de bovinos, e cobertura vacinal acima de 98%, o Pará foi reconhecido com o novo status sanitário por meio da portaria nº 665/2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com vigência a partir de maio. Agora, o Estado precisa ficar um ano sem vacinar, e por igual período, sem receber animais vacinados, para que possa conquistar o status internacional de zona livre da febre aftosa sem vacina.
A gerente de Defesa Animal da Adepará, Graziela Oliveira, ressalta que “o reconhecimento internacional de status de área livre de aftosa sem vacinação está prevista para ocorrer em maio de 2025 conforme cronograma e para isso devemos continuar cumprindo as ações previstas no Plano Estratégico mantendo a efetividade dos trabalhos do serviço veterinário estadual”.
Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Marabá, Antônio Vieira Caetano, o setor produtivo vive o encerramento de um ciclo. “Nós estamos encerrando esse trabalho. Então, é uma honra para o nosso município e para o Estado. É mais um passo adiante. Recentemente, recebemos a visita de um pessoal dos Estados Unidos para saber da comode da carne, então o pessoal já está vindo nos procurar. É uma fatia do mercado que o Pará pode conquistar com o novo status de área livre de aftosa sem vacinação”.
Segundo o Sindicato, hoje a China é o maior importador de carne paraense e com a habilitação de mais 4 plantas frigoríficas o Pará deve ganhar alcançar novos mercados internacionais incentivando a pecuária sustentável.
“O nosso boi é o boi verde, 100% do Brasil, é o boi da Amazônia. Aqui em Marabá temos a pecuária sustentável mas ainda precisamos de regularização ambiental e fundiária para avançar” , disse o pecuarista.
Estudo Epidemiológico
A ADEPARÁ concluiu as atividades de vistoria e coleta de amostras de sangue de bovinos para o estudo sorológico, com a finalidade de constatar a ausência de circulação viral da febre aftosa para o processo de validação e alcance do novo status sanitário. As coletas foram realizadas em 102 propriedades rurais, de 55 municípios paraenses. Foram coletadas amostras de sangue de 3.400 bovinos, com idades de até 24 meses. Nas propriedades, além das coletas de sangue para testes laboratoriais, os animais foram clinicamente inspecionados.
Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
Fonte: Agência Pará