Em Belém, Governo do Pará amplia o serviço de saúde às pessoas com TEA
O espaço, explica, é composto por profissionais de educação física, fonoaudiólogos, cuidadores em saúde, terapeutas ocupacionais, psicólogos e pedagogos
Para ampliar ainda mais o serviço de saúde pública voltado para as Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Governo do Pará por intermédio do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), conduz o mais novo dispositivo público, o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), em Belém, que proporciona acompanhamento centrado na pessoa, um acolhimento focado em evidências científicas.
Idealizado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), o Cetea presta serviços de habilitação de pessoas com TEA e, segundo Sâmilly Batista, coordenadora assistencial, o Plano Terapêutico do usuário é montado de maneira individualizada, acordo com as demandas pontuadas pela família, observadas no dia a dia e por meio do processo de avaliação realizado pela equipe multiprofissional, com uso de protocolos validados.
“Todo usuário, ao chegar ao Cetea, passa por uma avaliação inicial junto à equipe de acolhimento e a partir do resultado de avaliação e discussão de caso, é montado um plano terapêutico individualizado para este usuário, com uma agenda de terapias a serem realizadas, com projeto terapêutico de acordo com as demandas de cada caso”, detalha a gestora.
O espaço, explica, é composto por profissionais de educação física, fonoaudiólogos, cuidadores em saúde, terapeutas ocupacionais, psicólogos e pedagogos.
Entre as intervenções realizadas no Centro, destaca-se a “Terapia Baby”, com um plano terapêutico voltado para a estimulação de habilidades cognitivas, comportamentais e sociais de crianças da faixa etária de 2 a 4 anos, por meio da intervenção implementada com a participação ativa dos pais e cuidadores.
De acordo com a pedagoga que conduz a atividade, Lorena Santana, “a intervenção terapêutica é feita com a mediação dos pais e eles participam da atividade, não somente observando, mas atuando junto de profissionais nessa intervenção do comportamento dos filhos. Durante as sessões de terapias, é ensinado habilidades aos pais para poderem estar aumentando o repertório comportamental das crianças, no dia a dia”.
Sâmilly Batista pontua que “a intervenção implementada por pais é uma das 28 práticas baseadas em evidências científicas para o tratamento do TEA, na qual os cuidadores aprendem a estimular e refinar novas habilidades nas crianças, como o brincar, a interação social e o manejo de comportamentos desafiadores, além de fazerem uso de outras práticas como a intervenção naturalística, com objetivo de que as habilidades também sejam estimuladas no ambiente natural da criança, como a casa.”
Amandha Barbosa, de 39 anos, contabiliza o desenvolvimento do filho, o pequeno Guilherme Barbosa, de 2 anos, mesmo há pouco mais de um mês sendo contemplado com a atividade.
“A interação social melhorou bastante. Ele não conseguia dividir as coisas; agora, consegue, além de ter conquistado habilidades como a de fala, por exemplo, de pedir algo ou nomear objetos. Portanto, o repertório dele em relação ao falar aumentou bastante. A expectativa é que o Guilherme continue se desenvolvendo cada vez mais aqui no Cetea. O atendimento é maravilhoso, bem acolhedor, tanto ao cuidador, quanto para as crianças”.
A terapeuta destaca ainda que a participação dos pais é para tornarem-se uma extensão da terapia em casa. “Aqui na sala da Terapia Baby, os pais aprendem o que podem desenvolver em ambiente doméstico aprimorando as habilidades das crianças com ferramentas, tais como, brinquedos reforçadores que são de preferência da criança”, explica Lorena.
Karla Rayla, de 23 anos, estimula em casa o filho Edgar Lourenzo, de 3 anos, com atividades complementares e celebra o desenvolvimento da criança, também em poucos meses de acompanhamento. “Após um mês e meio, em casa, com o suporte da atividade, trabalho bastante ele saber compartilhar o que tem e guardar os brinquedos após o brincar. Estimulo o Lourenzo a realizar a higiene pessoal no momento certo, o que é também abordado na Terapia Baby por intermédio do brincar”.
Karla Rayla celebra os desenvolvimentos conquistados pelo filho por intermédio da Terapia Baby
Foto: Divulgação
O Cetea está situado em Belém, na rua Presidente Pernambuco, no bairro de Batista Campos, com dois pavimentos, onde o Governo do Pará iniciou os atendimentos em 17 de janeiro. Para manter um serviço de qualidade, o equipamento público tem capacidade para atender 300 usuários da rede pública de saúde com diagnóstico de TEA, na faixa etária a partir de 2 anos. Além do projeto de atendimento assistencial, o Cetea possui eixo formativo sob responsabilidade da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (ETSUS) em consonância com a Coordenação Estadual de Políticas Públicas do Autismo.
Este dispositivo público está inserido em uma série de iniciativas do Governo do Pará, viabilizadas pela Lei nº 9.061/2020, referente à Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Peptea), que foi sancionada pelo governador Helder Barbalho, em maio de 2020, e a legislação também criou o Sistema Estadual de Proteção dos Direitos dos Autistas, que ampara o mapeamento referente às demandas de pessoas com autismo, no Pará.
Para obter acesso aos serviços do Cetea, o usuário precisa ser encaminhado por meio de Unidade Básica de Saúde (UBS) do município onde reside, que será acolhido pela Central de Regulação, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
O CIIR/Cetea é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.