Governo do Estado apoia pesca do mapará, evento que mantém tradição e estímulo à economia em Cametá
O governador Helder Barbalho acompanhou a programação festiva que incluiu a inauguração de um mercado e o tradicional "Borqueio" para a captura do mapará
O dia 1º de março é marcado no município de Cametá, na Região de Integração do Tocantins, pela tradição da pesca do mapará, programação que reúne moradores – em especial os pescadores e pescadoras – das comunidades localizadas ao longo do rio Tocantins. A equipe do Governo do Estado, tendo a frente o governador Helder Barbalho, prestigiou o evento, que iniciou com a entrega do mercado municipal de peixe localizado no distrito de Curuçambaba e culminou com a saída das embarcações para a captura do pescado.
O “Borqueio” – como é chamado o grande círculo de embarcações que apanha o mapará – marca a retomada da pesca na região do Tocantins, depois de quatro meses do período de defeso em que a pesca da espécie é proibida. Em média, somente no primeiro dia, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), são capturadas 150 toneladas de mapará somente em Cametá.
Em seu pronunciamento, o governador Helder Barbalho disse que foi uma satisfação muito grande poder prestigiar mais uma vez uma programação que já se tornou uma das maiores tradições do Estado. O governador ressaltou que fez questão de estar presente por saber como o retorno da pesca do mapará, após o período de defeso, é importante aos pescadores e familiares de Cametá.
“Sabendo da importância desse momento, da importância econômica e cultural, da referência que é a pesca do mapará para toda a região do Baixo Tocantins, queria parabenizar a todos os pescadores e pescadoras da cidade, a toda comunidade das ilhas, trabalhadores e trabalhadoras da pesca que depois de quatro meses de defeso, respeitando as normas ambientais e a reprodução do mapará, a partir do dia de hoje inicia o ciclo que permite que vocês possam voltar às atividades e retomar essa importante iniciativa que coloca o pescado nas mesas das pessoas, que abastece os mercados e garante renda”, declarou o chefe do executivo durante a solenidade.
Parceria – O governador enfatizou, ainda, a parceria entre a Prefeitura de Cametá, através do prefeito Victor Cassiano, que entregou um novo mercado municipal de peixe. “Parabéns por essa obra que vocês estão entregando aqui, isso compõe o conjunto de obras que a parceria entre Prefeitura e Governo do Estado tem trazido nesse importante momento à cidade de Cametá”, ressaltou Helder Barbalho.
O trabalho que vem sendo realizado pela Sedap, por meio da sua Diretoria de Pesca e Aquicultura, que atua para o fortalecimento e desenvolvimento da atividade pesqueira no Estado, também foi ressaltado pelo governador. A secretaria foi representada na programação pelo diretor de Pesca, Orlando Lobato e pelo coordenador de Pesca, Salomão Guimarães.
O chefe do executivo, ainda no seu pronunciamento no mercado municipal de peixe, apresentou aos presentes o documento contendo o acordo de pesca que foi elaborado pela Sedap em conjunto com a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) e com a participação de representantes dos pescadores e pescadoras e demais representantes do setor pesqueiro.
Veja no video, o que diz o governador.
“Esse documento foi construído, dialogado de forma democrática e plural, e permite com que haja regulamentação das regras e das estratégias de pesca para essa região, beneficiando mais de 30 mil famílias que vivem da atividade da pesca do mapará e de outras espécies que precisam estabelecer normas, para que nós não tenhamos o comprometimento do estoque pesqueiro e da reprodução; com isso teremos oferta de pescado o ano todo e de todas as espécies, não podemos trabalhar de maneira inadequada para não comprometer o maior tesouro do rio Tocantins que é o nosso pescado, que garante renda e alimentos para milhares de pessoas que vivem em Cametá e em toda essa região”, enfatizou o governador.
A programação contou, além da participação do governador e lideranças dos pescadores e pescadoras locais, com a presença de representantes da Prefeitura de Cametá e de parlamentares do Estado.
Foto: Alexandre Costa / Ag. Pará
Economia– Diretor de Pesca e Aqüicultura da Sedap, Orlando Lobato explicou que o mapará é um peixe de grande importância econômica reproduzido em água doce, bastante consumido pela população local e que pode chegar até 45 centímetro em média. “Tem uma importância não só como recurso pesqueiro, como culturalmente se identifica com os municípios da região, além de Cametá com Limoeiro do Ajuru, Igarapé-Miri, Oeiras do Pará e o Lago de Tucuruí, que é um dos maiores produtores de mapará”, ressaltou Lobato.
De acordo com Lobato, o período de defeso do mapará inicia anualmente no dia 01 de novembro e se estende até o final de fevereiro. “Ele é capturado nos oito meses do ano, mas no início de março ele é capturado de forma mais intensa; só no dia de hoje, são capturadas em média, 150 toneladas em 55 comunidades de Cametá, que fazem parte do acordo de pesca, que é uma espécie de contrato entre a comunidade local que depois é transformada em Lei pelo Estado”, explicou Lobato.
Ele observou que esse acordo é gerido pela Semas com a participação da Sedap, que é responsável pelo fomento aos trabalhadores e trabalhadoras, por meio da Diretoria de Pesca e Aqüicultura. “Esse dia de hoje é muito importante porque mexe com o comércio local, que é acionado pela captura e comercialização do mapará”, observou.
Todos os municípios envolvidos tem uma tradição de doar para a população menos favorecida economicamente um percentual do quantitativo capturado durante o “Borqueio”.
“Em Oeiras do Pará, inclusive, tem um fato muito importante que o mapará não só é doado para população carente como é preparado – cozido ou frito – e servido à população”, repassou Orlando Lobato.
Patrimônio – A pesca do Mapará além de estimular a economia local, é considerada Patrimônio Cultural e Imaterial de Cametá, fazendo parte do calendário oficial de eventos do município. A “Pesca do Borqueio” só ocorre nessa região. Mais do que cumprir a exigência da lei, as comunidades tradicionais dessa região atingiram o nível de consciência ambiental, respeitando o período da reprodução, mantendo o estoque do mapará para as futuras gerações e garantindo oferta do pescado e oportunidade de renda para quem atua nesta atividade, contribuindo para a segurança alimentar”, destacou Orlando Lobato.
Por Rose Barbosa (SEDAP)
Fonte: Agência Pará