Museu de Arte Sacra abre exposição com histórias e vivências do Ver-o-Peso
A programação integra o Preamar Cabano, promovido pela Secult, e pode ser visitada até 18 de fevereiro na Galeria Fidanza, no MAS
Histórias, vivências e trabalhos regionais são frutos da cultura popular. Na manhã deste sábado (20), o Museu de Arte Sacra (MAS), em Belém, abriu a exposição “Belém: Um Ver-o-Peso de Memórias”, que pode ser visitada até 18 de fevereiro. A iniciativa faz parte da programação Preamar Cabano, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
A exposição foi aberta as 9 h, na Galeria Fidanza, no MAS, e reúne diversas linguagens artísticas, composta em sua maioria por audiovisuais, que exibem o Ver-o-Peso ao longo de décadas, com filmagens da feira desde 1930 até os dias atuais. Além do acervo de imagens multimídia em salvaguarda da Secult, o público verá a coleção Ford Motor Company, do Museu do Arquivo Nacional (de Washington, DC).
O historiador Josué Pamplona, 23 anos, visitou a exposição e descreveu a iniciativa como “a real Belém”, que destaca os trabalhadores que saem das suas casas, muitos de outros municípios da Região Metropolitana, para trabalhar no Ver-o-Peso. “A importância (da exposição) é valorizar exatamente essas pessoas que constituem, movimentam e abastecem Belém todos os dias”, ressaltou.
Fonte histórica – Conhecer a rotina de Belém por meio da memória fotografada ao longo da história é também estimular a consciência crítica. A relação do público com o Ver-o-Peso, como cidadãos, e observar a cultura regional como parte de uma exposição que adentra os museus, é muito importante, acrescentou a estudante do curso de História, Beatriz Souza, 20 anos.
“Tratar a fotografia como fonte histórica do que aconteceu no passado, e correlacionar ao nosso presente, é uma forma interessante de ver o tempo em contínuo (movimento). É muito importante olhar o Ver-o-Peso como um local de trabalhadores e trabalhadoras que vivem histórias diferentes”, disse a universitária.
Os vídeos, imagens, objetos, utensílios e os banhos de cheiro refletem o que é o Ver-o-Peso e fazem parte desta série de artefatos que produzem o contexto uníssono e memorável da maior feira aberta da América Latina.
Memória e nostalgia – O objetivo é transmitir a sensação e a nostalgia do Ver-O-Peso por meio de ícones simbólicos e visuais, afirmou Tamyris Monteiro, diretora do Museu do Estado do Pará (MEP) e integrante da curadoria da exposição. “Conseguimos perceber ao longo do tempo como as pessoas se relacionam com a memória do Ver-o-Peso, como imagem e representação da identidade paraense.
A construção da mostra é significativa pela originalidade de elementos que representam a feira do Ver-o-Peso como local de cultura e ancestralidade do Pará, complementou o diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Armando Sobral. “É um lugar também de uma grande reserva criativa, parte da cultura paraense, seus saberes e seus fazeres”, enfatizou.
Fonte: Agência Pará
Texto: Quezia Dias – Ascom/Secult
Por Governo do Pará (SECOM)