Saúde

ONG Zoé faz atendimentos de saúde mental  no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs 1), em Belterra, no Pará

Ações acontecem no Janeiro Branco, de 19 a 24.

A iniciativa faz parte da 24a expedição da ONG paulistana que, além dos atendimentos com especialistas em saúde mental, também dá inicio à estruturação desse serviço no modelo online, com objetivo de facilitar a participação de voluntários das especialidades de psiquiatria e psicologia e, consequentemente, beneficiar mais pessoas da região.

No Janeiro Branco, mês de conscientização sobre saúde mental, a ONG Zoé dá um passo importante no sentido de ampliar e fortalecer o trabalho desenvolvido nessa área com as populações ribeirinhas do Rio Tapajós, no Pará. De 19 a 24 de janeiro, a psicóloga Ana Lúcia Castello e a psiquiatra Raquel Chilvarquer, voluntárias da Zoé, estarão no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs 1), em Belterra (PA), acompanhadas de mais seis psicólogas voluntárias de Santarém (PA). O grupo integra a 24a expedição – Janeiro Branco – Saúde Mental e Emocional.

“A Zoé tem como objetivo levar medicina especializada às populações ribeirinhas do Pará e a saúde mental insere-se nesse contexto. Nosso intuito é que a psiquiatria e a psicologia, assim como acontece em grandes centros, possam atuar de modo integrado e ampliar as possibilidades de atendimento por meio da tecnologia”, ressalta Marcelo Averbach, presidente da ONG Zoé.

De fato, além dos atendimentos, Ana Lucia e Raquel, em parceria com a Prefeitura local, darão início à estruturação do atendimento online, que permitirá beneficiar mais pessoas no diagnóstico e tratamento de questões relacionadas à saúde mental. Para viabilizar esse projeto, a Prefeitura de Belterra colocou à disposição um espaço, com computador e acesso à internet e um agente comunitário de saúde que atuará como profissional de apoio.

A expedição também contará com palestras ministradas por Ana Lúcia, com foco na população e agentes de saúde locais, abordando os temas:
• Relacionamento Familiar: limites como pilar básico de bons relacionamentos
• O uso de substâncias psicoativas pelos jovens. Mitos e realidade
• Sexualidade na infância e adolescência. Como orientar os filhos?
• Uso de eletrônicos na vida da criança e dos adolescentes. Qual o limite dos limites?
• Violência intrafamiliar, como quebrar este padrão?
Além dessas, uma palestra específica para os profissionais de saúde:
• Trauma psicológico: a ferida invisível.

Os temas foram selecionados com base no mapeamento qualitativo realizado por Ana Lucia em seu primeiro contato com as comunidades locais, em fevereiro de 2022. Entre os pontos de atenção destacados pela psicóloga estavam questões ligadas a uso abusivo de substâncias psicoativas; violência dentro das comunidades; abuso sexual, físico e familiar; quadro de estresse importante entre os adultos; adoecimento psicológico devido a traumas; quadros de estresse pós-traumático etc. “É importante levar informações básicas para uma população em que muitos não enxergam o alcoolismo como uma doença e que meninas ficam grávidas e não entendem como aconteceu”, exemplifica Ana Lucia.

Meses depois, em junho de 2022, a psiquiatra Raquel participou de uma expedição no barco hospital Abaré, também com objetivo de fazer um reconhecimento das demandas da região.

“Eu já havia tomado conhecimento do mapeamento realizado pela Ana Lucia e pude testemunhar as mesmas demandas durante meu contato com as comunidades ribeirinhas do rio Tapajós”, afirma Raquel.

Com o recurso online, possibilidade de ampliar o atendimento “Na psiquiatria, a implementação do atendimento online vai ser muito importante para facilitar a formação de um time de psiquiatras voluntários e proporcionar um atendimento regular ao paciente. O recurso online permite, por exemplo, que o médico não precise se ausentar de seu consultório para dedicar algumas horas de trabalho às consultas voluntárias dos pacientes da Zoé”, pondera Raquel.

É a segunda incursão da psiquiatra no Pará, pela Zoé. Na atual expedição, Raquel vai realizar atendimentos e reservou parte da agenda para conversar com as autoridades e profissionais locais sobre a melhor forma de estruturar os futuros atendimentos a distância. “Outros pontos importantes são entender a infraestrutura disponível para casos de internação e dos medicamentos que estão disponíveis na região pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pois precisamos trabalhar dentro da realidade local”, afirma.

Ana Lucia, por sua vez, estará pela terceira vez no Pará, como voluntária da Zoé. Nas duas expedições anteriores que participou, além de atendimentos, formou um time de 8 psicólogas – 7 de Santarém e uma de São Paulo – na abordagem terapêutica em que é especialista e habilitada a dar treinamento, o EMDR (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing ou em tradução livre para o português, Dessensibilização e Reprocessamento por meio do Movimento dos Olhos). Com o curso de 52 horas ministrado por Ana Lucia, as psicólogas obtiveram os certificados internacionais da EMDRIA – EMDR International Association e da Alianza EMDR Latinoamérica y Caribe e o certificado nacional da Equilíbrio Mente e Corpo Cursos EMDR – reconhecido pela Associação Brasileira de EMDR. Todas passaram a atuar com essa abordagem supervisionadas por Ana Lucia.

O que é EMDR?

“Em síntese, o EMDR é uma abordagem terapêutica que desbloqueia memórias dolorosas por meio da estimulação bilateral do cérebro”, explica Ana Lucia. Essa técnica foi desenvolvida na década de 1980 pela psicóloga norte-americana Francine Shapiro, e utilizada para o reprocessamento de traumas instalados no cérebro e que podem gerar distúrbios psicopatológicos, tais como: transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão.

Em linhas gerais, em uma sessão de EMDR, o terapeuta relembra com o paciente uma situação traumática e por meio de estímulo visual, tátil e/ou auditivo, promove movimentos oculares de determinado modo, que auxiliam o cérebro a reprocessar o fato e arquivá-lo de maneira mais funcional. “Com isso, o paciente desfaz a carga negativa associada ao evento e, em muitos casos, recupera as lembranças positivas vinculadas ao fato”, explica. O EMDR é reconhecido pela Confederação Federal de Psicologia (CFP) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Atuação com EMDR no Pará conquista 1o lugar em congresso.

Com base nos resultados obtidos com a abordagem terapêutica EMDR no Pará, como voluntária da Zoé, Ana Lucia elaborou o trabalho A Solidariedade á a Chama do Amor. Projeto Humanitário com EMDR direcionado às comunidades ribeirinhas do Rio Tapajós – Amazônia e o inscreveu no 7o Congresso Brasileiro de EMDR, realizado em novembro do ano passado, no Rio de Janeiro (RJ). O trabalho conquistou o primeiro lugar na categoria pôster.

Sobre a Zoé
A Zoé foi fundada em São Paulo (SP), no final de 2019, por um grupo formado predominantemente por médicos – entre eles, Marcelo Averbach (cirurgião e colonoscopista) e Marco Aurélio D’Assunção (endoscopista) – com histórico pessoal de atendimento a populações da Amazônia.

No total, considerando as 23 primeiras expedições, já foram realizados 6.240 atendimentos, envolvendo 225 voluntários na região Oeste do Pará. Entre os procedimentos, cirurgias de hérnia, vesícula e dermatológicas; ultrassonografias; endoscopias; tratamento de varizes; atendimentos de saúde mental.

Faça parte
Qualquer pessoa pode contribuir com o trabalho realizado pela ONG Zoé em prol das populações ribeirinhas do Pará. Para fazer sua doação, acesse:
https://ongzoe.org/doar/

Fonte: SENSU Consultoria de Comunicação
Por Lídia de Santana

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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

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