Prefeitura formaliza contrato de trabalho dos novos agentes comunitários de saúde
Sentimentos parecidos, mas com fundamentos diferentes, são compartilhados por Jayana Silva, 36 anos, e Jorbeson Wanzeler, 29, que assinaram com a Prefeitura de Belém o contrato de trabalho de Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) nesta quarta-feira, 27. Jayana manifesta conhecimento consistente sobre a função de ACS e defende o Sistema Único de Saúde (SUS) como direito de todos. Jorbeson começou a pesquisar sobre a atividade quando surgiu a oportunidade de fazer o processo seletivo e já entende que será o elo entre a comunidade e o SUS.
“Estou super feliz por assinar esse contrato, que nada mais é do que a efetivação do que vem sendo debatido em 33 anos de construção do SUS, que deve ser amplo, integral e para todos. Com a contratação dos novos ACS’s a gente vai efetivar as diretrizes do SUS em relação à atenção primária em Belém”, afirma Jayana.
Jorbeson destaca que a assinatura do contrato é uma realização pessoal em se tornar oficialmente servidor público de Belém. Ele confessa que não tinha conhecimento sobre a função quando surgiu a oportunidade de fazer o processo seletivo público e decidiu pesquisar o assunto. “Eu descobri que o ACS é uma espécie de ponta de lança da área da saúde. É o primeiro contato da comunidade com a saúde básica. Achei muito interessante e estou ansioso para começar a ter esse contato com a minha comunidade”.
Com a formalização dos contratos de 1.069 novos ACS’s, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), mais que duplica o número de equipes do programa Família Mais Saudável, saindo de 128 para 348.
“É quase triplicar o número de equipes da Estratégia Saúde da Família, materializando programa Família Mais Saudável em Belém. O ACS é a grande ponte entre o serviço e a comunidade”, ratifica a assessora de Recursos Humanos da Sesma, Juliana Benjamim.
Ela destaca ainda que há cerca de 20 anos não ocorre uma ampliação tão significativa das equipes de atendimento comunitário em na capital paraense. “Ampliar o programa é um marco que melhora o acesso, a qualidade, a excelência da assistência em saúde dos nossos munícipes”, enfatiza Juliana.
Processo
A assinatura dos contratos é a terceira fase do processo de habilitação dos ACS’s. Nas duas etapas anteriores houve a apresentação da documentação e a realização dos exames admissionais. A formalização dos contratos está sendo realizada até a próxima sexta-feira, 29, na Escola Municipal Benvinda de França Messias, em São Brás, de 9h às 16h.
Nesta quarta-feira, 27, estão sendo atendidos os residentes dos bairros situados nos distritos administrativos do Guamá e da Sacramenta. Amanhã, 28, será a vez dos moradores dos distritos do Benguí e Entrocamento. Finalizando o cronograma, na sexta-feira, 29, serão atendidos os residentes nos distritos de Icoaraci, Outeiro, Mosqueiro e Belém.
A próxima fase do processo será o acolhimento que será realizado a partir do dia 8 de janeiro.
Pessoal
Ao assinarem seus contratos de trabalho como ACS’s, Jayana Silva e Jorbeson Wanzeler destacam a importante função social que passarão a desempenhar, garantindo a ampliação do acesso das comunidades onde moram ao atendimento de saúde. Com isso, eles também alcançam metas pessoais de melhoria da qualidade de vida também de suas famílias.
Jayana mora na Vila da Barca, no Telégrafo, onde irá trabalhar como ACS. É mãe solo da Juliana, de 8 anos, e da Ana Caroline, de 2 anos. Trabalhava na iniciativa privada, mas conta que enfrentou dificuldades por ser mãe e por ter deficiência monocular.
“Pra mim é muito difícil conseguir vaga na iniciativa privada por ser mulher, negra, com deficiência e mãe de duas crianças. Então, é muito difícil. O setor público vem me dar essa amplitude de escolher. Graças ao processo seletivo público que nos deixa à vontade para fazer o nosso trabalho. Estou muito feliz mesmo”, reafirma Jayana.
Morador do bairro do Jurunas, onde vai atuar, Jorbeson estava desempregado há cerca de oito meses. Ele é solteiro e reside com a mãe e um irmão. “Estava só a minha mãe mantendo a gente. Estava meio apertado. Com esse salário a gente vai poder ter uma qualidade de vida muito maior”, ressalta Jorbeson.