Igreja celebra a festa de Nossa Senhora das Mercês com resgate de tradição musical
A Reitoria da Igreja de Nossa Senhora das Mercês celebra neste domingo, 24.09, a festa de sua padroeira, iniciando às 11h com a recitação do Santo Terço e a Ladainha Mariana, seguida de Missa Solene às 12h, que será presidida pelo Reitor, Padre JOÃO PAULO DE MENDONÇA DANTAS; e após, o Ato de Consagração das Crianças à Virgem Maria. Também haverá Missa Solene às 16h.
A Missa das 12h será toda ela cantada pelo Coral da Reitoria da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, marcando solenemente o retorno do uso do Coro daquele templo religioso, espaço este que durante os séculos XVIII e XIX foi palco de memoráveis consertos de música sacra.
O Coral da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, regido pelo Maestro e Professor ANDRÉ GABY (da Escola de Música da UFPa), é composto por formandos do Curso de Música da UEPA e por alunos da Escola de Música da UFPA; por religiosos do Instituto HESED; por religiosas do Instituto das Servidoras do SENHOR e da VIGEM DE MATARÁ; por religiosas do Instituto BOM SAMARITANO (que cuidam do ABRIGO JOÃO DE DEUS); e por jovens católicos que gostam de música.
Perguntado sobre a importância da reutilização do Coro para esta solene celebração eucarística, o Padre e Professor João Paulo de Mendonça Dantas, Reitor da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, pontuou que:
“Este templo religioso tem uma longa e bonita história. A presença dos religiosos mercedários em nossa cidade teve início no ano de 1639, e já em 1640 existia uma ermida dedicada a Nossa Senhora das Mercês no exato lugar onde hoje temos esta majestosa igreja. Posteriormente, entre os anos de 1750 e 1790 foi construída a atual igreja, junto com o Convento dos Mercedários que se localiza em área contígua, A presença da Ordem Mercedária em Belém foi também marcada pelo seguimento da educação. Neste obrar educacional eles utilizavam muito a música e o teatro como instrumentos de evangelização, de catequese e de formação. Daí que, desde o início, este local se notabilizou pela famosa Schola Cantorum, com a vinda de muitos religiosos da Europa, todos bem formados em música, e que aqui se tornaram ‘Mestres de Coro’, os quais ensinavam a leitura de partituras, o canto gregoriano etc. A partir de então, neste templo religioso a música foi muito utilizada não apenas como instrumento de evangelização, mas também como ‘arte de celebração’, no sentido do perfeito louvor a Deus e para elevar o coração das pessoas que participam da Liturgia Eucarística, as quais, por meio da música, eram convidadas à contemplação do Mistério. A Schola Cantorum da Igreja de Nossa Senhora das Mercês teve um grande sucesso nestas terras amazônicas. O tamanho do coro (leia-se, imenso) bem revela isso. Com efeito, a edificação de um coro grandioso foi assim pensada para a Liturgia das Horas dos religiosos mercedários (que era cantada), e também para a Liturgia Eucarística, a fim de que sustentasse a oração durante a Missa. Com a expulsão da Ordem dos Mercedários em 1794, o Coro perdeu esta sua finalidade. Não se tem notícia de quando se deu, pela última vez, a utilização do Coro para fins musicais. Por sua vez, desde quanto assumimos a Reitoria em 2022, estamos trabalhando para resgatar a tradição musical que marcou a história desta igreja durante muito tempo. O retorno do uso do Coro, na Missa Solene das 12h neste domingo, Festa de Nossa Senhora das Mercês, faz parte dos primeiros passos deste projeto. Serão cantadas peças sacras de reputado virtuosismo musical, sendo duas delas cuja composição se deu aqui nesta histórica igreja, a saber, DEI MATER VIRGO e TOTA PULCHRA.
Fonte: Assessoria
