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O Cenário da Construção: Sinduscon Pará e CBIC realizam debate sobre atual momento do segmento no país e no estado

 Com o objetivo de discutir assuntos de interesse do setor com os seus associados e abordar sobre o atual cenário do segmento, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (SINDUSCON-PA) realizou na quinta-feira, 21, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento: “Futuro e expectativas da construção civil e mercado imobiliário”.

Foto: Adriano Cardoso

A consultora CBIC e integrante do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), Maria Henriqueta, iniciou o encontro com a apresentação de “Oportunidades para Produção de Habitacional Social”, na qual abordou sobre o aumento da capacidade de compra, redução das taxas de juros e esclareceu dúvidas a respeito das novas diretrizes para aplicação dos recursos do FGTS.

Foto: Adiano Cardoso

Em seguida o Presidente da CBIC, José Carlos Martins, falou sobre o aumento de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil no ano passado, que recuperou as perdas de 2020, quando o setor recuou 6,3%.

Entre os assuntos citados na reunião de líderes da construção, estava a alta dos insumos, que tem deixado muitos empresários receosos, pois nos últimos dois anos, a inflação sobre os materiais de construção já acumula alta de 52,7%, refletido na redução do volume de novos empreendimentos, que caiu 42% entre o último trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022.

“Nós temos um grande vilão hoje que é o aumento dos insumos desproporcional à capacidade de todos, o que prejudica o setor no país inteiro”, relatou Martins que completou dizendo que esse cenário de instabilidade fica “pior” quando se refere à região norte do Brasil, pois “é a mais impactada devido ao valor excessivo do frete, situação que se agravou ainda mais com o aumento do combustível”, afirmou.

A partir de uma análise local, de acordo com o Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, as vendas de imóveis no primeiro trimestre deste ano cresceram aproximadamente 42% em comparação com o último trimestre de 2021.

Para Alex Carvalho, apesar dos números positivos no número de vendas, em contrapartida, os resultados não expressam verdadeiramente a potência que o setor possui, pois se não fosse os obstáculos antigos que a construção enfrenta até hoje – intensificados após a pandemia de Covid-19 – o cenário seria mais satisfatório.

“Sabe-se que a evolução salarial da população não consegue acompanhar esses aumentos excessivos e inoportunos da grande parte dos materiais de construção, o resultado disso é uma inibição muito drástica do número de novos lançamentos imobiliários”, afirmou o presidente do sindicato.

Ainda de acordo com o estudo realizado no primeiro trimestre deste ano, em ambos os municípios paraense, mostrou que os números de lançamentos caíram, com 497 unidades lançadas, enquanto que nos últimos três meses anteriores, que correspondem a outubro, novembro e dezembro de 2021, o quantitativo foi de 774 empreendimentos, uma queda de aproximadamente 36%.
Esse resultado, consequentemente, representa menos postos de trabalhos no Setor, e o desemprego é uma realidade que ainda ronda a construção, no qual de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de março, mesmo período de levantamento do mercado imobiliário, revelou que o Pará registrou um total de 5.836 novos postos de trabalho contra 5.748 demissões, representando um saldo positivo de 88 contratações.

“O desabastecimento, os aumentos exagerados nos preços dos materiais de construção, as elevações nos custos do frete e também a pressão inflacionária, que fez com que as taxas de juros de operações de crédito se elevassem, têm sido os maiores causadores da desaceleração de um dos segmentos mais importantes para a economia estadual e nacional, em que diminui o ritmo das obras vigentes e inibe o lançamento de novos empreendimentos, principalmente os de habitação de interesse social, voltados para suprir a demanda da população de baixa renda”, finalizou o Líder Sindical Patronal.

Fonte: Ascom/Siduscon

Por Adriano Cardoso

 

 

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guaranyjr

Guarany Jr Prof. de Graduação e Pós de Marketing, Jornalismo e Propaganda, Jornalista, Comentarista, Consultor, Administrador, Palestrante - Belém - Pará - Brasil.

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